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Cientistas refutam estatisticamente argumento do céticos do aquecimento global, por Henrique Cortez

O aumento global da frequencia de anos mais quentes não é nenhum acidente

Média global mensal e anual perto da superfície. Temperaturas entre 1850 e junho de 2008 em relação à temperatura média no período entre 1961 e 1990, com base nos dados das medições de temperatura do ar de estações meteorológicas. Fonte: HadCRUT.
Média global mensal e anual perto da superfície. Temperaturas entre 1850 e junho de 2008 em relação à temperatura média no período entre 1961 e 1990, com base nos dados das medições de temperatura do ar de estações meteorológicas. Fonte: HadCRUT.

[EcoDebate] Os cientistas do Centro de Pesquisas GKSS Geesthacht e da Universidade de Berna pesquisaram a freqüência dos anos mais quentes que a média entre 1880 e 2006 pela primeira vez. Resultado: o aumento dos anos mais quentes do que a média após 1990 não é acidental. O resultado será agora publicado na revista “Geophysical Research Letters”.

Entre 1880 e 2006, a temperatura global média anual foi de cerca de 15 ° C. No entanto, nos anos posteriores a 1990, a freqüência de anos, quando este valor médio foi ultrapassado aumentado.

O GKSS Research Centre pergunta: será que é uma coincidência que os 13 anos mais quentes foram observados depois de 1990 ou será que esta maior frequência indica uma influência externa?

Calcular a probabilidade

Com a ajuda do chamado “Monte-Carlo-Simulação” os pesquisadores Dr. Eduardo Zorita e Professor Hans von Storch, do GKSS-Centro de Pesquisas, em conjunto com o Professor Thomas Stocker, da Universidade de Berna, estimaram que é extremamente improvável que a freqüência de registro de anos mais quentes após 1990 fosse um acidente climático, demonstrando a influência de um fator externo.

O fato de que os 13 anos mais quentes, desde 1880, pudesse ter ocorrido por acidente depois de 1990 corresponde a uma probabilidade de não mais de 1:10 000.

“A fim de compreender e analisar estatisticamente o sistema climático e sua interação entre o oceano, a terra, a atmosfera e a atividade humana, a comparação com um jogo de azar não é mais suficiente. A seqüência natural de anos quentes e frios já não funciona de acordo com o princípio simples de “zero ou um”, explica o cientista Dr. Eduardo Zorita, do GKSS, sobre os desafios dos seus cálculos.

Um exemplo: Depois de um ano quente tende a ocorrer um anos mais suave, uma vez que os oceanos têm algum calor armazenado. Esta inércia natural também deve ser incluída nos cálculos.

“Nosso estudo é pura natureza estatística e não pode atribuir o aumento de anos a quente fatores individuais, mas está em pleno acordo com os resultados do IPCC de que o aumento das emissões de gases estufa é o principal responsável para o recente aquecimento global”, diz Zorita, em síntese.

Para informações e contato : Dr. Eduardo Zorita, eduardo.zorita@gkss.de
49-041-528-71856

Publicação da pesquisa: Zorita, E., T. F. Stocker, and H. von Storch (2008), How unusual is the recent series of warm years?, Geophysical Research Letters, 35, L24706, doi:10.1029/2008GL036228

* Com informações da Helmholtz Association of German Research Centres

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[Por Henrique Cortez*, do Ecodebate, 10/01/2009]

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