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Portugal autoriza exploração de energia geotérmica

Aproveitar calor da Terra para produzir energia elétrica. Foto do Ciência Hoje, Portugal
Aproveitar calor da Terra para produzir energia elétrica. Foto do Ciência Hoje, Portugal

Coimbra, 7 jan (Lusa) – A Universidade de Coimbra e a empresa Geovita iniciam na próxima semana os trabalhos destinados à exploração de energia geotérmica, a partir do calor da terra, numa zona de fronteira dos distritos de Coimbra e Viseu.

O contrato para a exploração dessa nova fonte de energia vai ser assinado quinta-feira entre a Geovita e o ministério português da Economia e Inovação, revelou à Agência Lusa uma fonte da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

O contrato vai permitir que os trabalhos no local, numa área de 500 quilômetros quadrados incluída nos distritos de Oliveira do Hospital, Santa Comba Dão e Mangualde “avance de imediato”, prevendo um investimento mínimo de 1,1 milhões de euros nos próximos cinco anos.

Entretanto, a Direção Geral de Energia e Geologia abriu concurso para atribuição de uma potência de 12 MW para esta fonte de energia, por entender que “pode vir a constituir uma componente alternativa com algum significado no sistema energético nacional”.

Este projeto surgiu na seqüência de um estudo científico realizado por uma equipe do Departamento de Ciências da Terra da FCTUC, onde se concluiu que esta nova forma de energia pode satisfazer as necessidades do país em energia elétrica durante milhares de anos, com custos altamente competitivos em relação aos combustíveis fósseis e a outras formas de energia renovável.

Segundo a mesma fonte da FCTUC, se tudo correr como o previsto, dentro de três a cinco anos, será uma realidade a produção de energia elétrica através do calor da terra.

Luís Neves, que coordenou a pesquisa, sustenta que as características deste tipo de energia “são únicas, conferindo-lhe vantagens competitivas, quer em relação aos tradicionais combustíveis fósseis, quer em relação a outras formas de energia renovável.

Segundo o pesquisador, a produção de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis é limitada pela sua progressiva escassez, e cada vez mais desaconselhada pelos impactes ambientais, em especial pela contribuição para o aquecimento global do planeta.

A energia nuclear apresenta problemas de segurança e de armazenamento dos resíduos radioativos produzidos, enquanto as energias renováveis em exploração têm como principal limitação a forte dependência de fatores meteorológicos.

A energia de origem geotérmica – acentua – “é um recurso virtualmente inesgotável, sem impactes ambientais e permite assegurar uma disponibilidade permanente de produção”.

Segundo a FCTUC, se tudo correr como o previsto, será possível produzir dentro de cinco anos energia elétrica a partir do aproveitamento do calor interno da terra, com recurso à implementação de uma forma inovadora de Geotermia – os Sistemas Geotérmicos Estimulados.

* Matéria da Agência Lusa, 07-01-2009 16:21:02

[EcoDebate, 08/01/2009]

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