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Pesquisadores da Universidade de Coimbra descobrem alga com alto poder para produzir biodiesel

Coimbra, 5 jan (Lusa) – Pesquisadores da Universidade de Coimbra identificaram seis microalgas com elevada capacidade para produção de biodiesel e que têm a vantagem de ser alimentadas com o dióxido de carbono (CO2) emitido pelas indústrias.

As microalgas foram selecionadas entre as cerca de quatro mil espécies existentes na Algoteca da universidade.

O estudo foi iniciado em março de 2008 e permitiu analisar de forma mais aprofundada uma espécie com “grande potencial para ser cultivada à escala industrial”, anunciou nesta segunda-feira a FCTUC.

Os cientistas recorreram a um bio-reator, equipamento que desenvolveram para fornecer as ótimas condições ao rápido crescimento das microalgas.

Nos próximos meses serão testadas as outras cinco espécies selecionadas no projeto, objeto de uma candidatura ao QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), que prevê uma instalação piloto, para permitir a passagem do estudo laboratorial à escala industrial, disse Lilia Santos, coordenadora da pesquisa.

Na opinião da professora, trata-se de uma “excelente oportunidade econômica” para Portugal, até porque as microalgas podem ser cultivadas “em solos inadequados para a agricultura”.

Até agora, a produção de biodiesel tem sido feita com óleos vegetais tradicionais, mas, frisou a investigadora da FCTUC, “estudos recentes mostram que, para se atingir quantidades suficientes para a comercialização, é necessário recorrer a práticas agrícolas intensivas insustentáveis”.

“A utilização de microalgas para a produção de biodiesel é extremamente importante como alternativa ao cultivo de oleaginosas tradicionais”, disse.

Santos explica que as microalgas “não só crescem muito mais rapidamente (em relação às tradicionais oleaginosas) e permitem uma produção mais elevada de biodiesel, mas têm também a vantagem de serem usadas para a captação do CO2 emitido pelas unidades industriais”.

“Seria extremamente importante criarem-se pequenos cultivos de microalgas em zonas agrícolas próximas de unidades industriais”, como forma de limpar a poluição emitida para a atmosfera, frisou.

Gases estufa

As microalgas fazem, no seu crescimento, uma captação natural do CO2”, afirmou Santos, realçando a contribuição que poderão ter no cumprimento das metas de emissão de gases com efeito estufa que Portugal tem obrigação de cumprir.

Atualmente, disse, “a tendência européia é conjugar as unidades industriais com o cultivo de microalgas, seja em sistemas fechados ou em tanques abertos”.

O cultivo de microalgas junto de estações de tratamento de esgotos é outra das possibilidades apontadas pela pesquisadora.

Por outro lado, a biomassa resultante do cultivo das microalgas que não for utilizada na produção de biodiesel poderá ser aproveitada em outras aplicações, como na indústria alimentar ou farmacêutica.

Matéria da Agência Lusa, 05-01-2009 14:29:56

[EcoDebate, 06/01/2009]

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