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Rede busca preservar meio ambiente para a agricultura sustentável

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Semioquímicos na Agricultura, coordenado pelo professor José Roberto Postali Parra, do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba, terá uma missão bem pragmática. O grupo irá dispor de R$ 3.161.776,93 para, entre múltiplos desafios, reduzir a utilização de agroquímicos, preservando o meio ambiente para uma agricultura sustentável. O tema é multidisciplinar por excelência compreendendo: estudos de química de voláteis de insetos e de plantas, criação artificial e estudo de biologia e comportamento de insetos e integração com outros métodos de controle de pragas agrícolas.

“O objetivo do nosso grupo é diminuir a dependência externa desenvolvendo bases tecnológicas para a identificação, síntese e uso de semioquímicos (insetos e plantas) na agricultura brasileira”, afirma Parra, ressaltando que tais etapas hoje são realizadas, em sua maioria, no Exterior. “Pretendemos também contribuir para o equilíbrio regional desta área no Brasil, com ênfase à formação de recursos humanos e de jovens pesquisadores.”

O INCT coordenado por Parra é um dos 17 centros de produção científica e tecnológica de ponta da USP, dentre 36 escolhidos no Estado de São Paulo que atuarão em rede com Instituições em todo o Brasil, a partir dos 101 Institutos contemplados pelo Ministério de Ciência e Tecnologia e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para acelerar pesquisas em áreas estratégicas ao País.

“Estão previstos estudos para identificação e síntese de feromônios e voláteis de plantas em diversas culturas e pragas de importância agrícola no Brasil, visando a racionalização no manejo de pragas por meio do monitoramento e controle”, salienta Parra. “É uma área em expansão no mundo, sendo que no Brasil, embora existam empresas comercializando feromônios, sua utilização ainda é pequena se comparada a outros paises.”

No meio rural, os feromônios – substâncias químicas secretadas por animais capazes de provocar uma reação comportamental ou fisiológica entre indivíduos da mesma espécie – estão sendo utilizados como uma forma de racionalizar o controle de pragas agrícolas. “Tão logo sejam obtidos os primeiros resultados, estas novas tecnologias serão repassadas aos produtores”, observa o especialista. “Espera-se que o Instituto possa gerar novas patentes para o País.”

Laboratórios integrados e homepage
De acordo com Parra, as Instituições envolvidas com o Instituto já têm tradição na área, sendo responsáveis por vários feromônios já em uso no Brasil, mas que foram identificados e sintetizados no Exterior. “Além disso, é preciso considerar que já existe um intenso intercâmbio com grandes centros de semioquímicos nos EUA, Europa e Ásia.”

“Há possibilidade de fazer pesquisa integrada e interdisciplinar, fortalecendo e aproximando, de forma articulada, os melhores grupos de pesquisa nessa área”, informa o coordenador. Ele capitaneará uma rede que envolve grupos de pesquisa em ecologia química de quatro das maiores instituições envolvidas com esse tema no Brasil, como a Universidade Federal do Paraná (Curitiba), Universidade Federal de Alagoas (Maceió) e Universidade Federal de Viçosa (Minas Gerais).

Sediado na própria Esalq, o Instituto vai reunir cerca de 20 pesquisadores, professores, estudantes de graduação, pós-graduação e pós-doutorado. “Existe uma perspectiva de dobrar este número nos próximos anos”, aponta Parra. Não será construído um novo local para a instalação do Instituto que na prática abrigará forte intercâmbio entre as instalações e os laboratórios já existentes das instituições participantes, “as quais serão modernizadas com equipamentos de ponta na área.”

“No nosso caso, trata-se de uma oportunidade única de reunir especialistas de diferentes pontos do País, com a finalidade de criar condições favoráveis para um avanço nesta área, comparável aos paises mais desenvolvidos”, reitera o coordenador. “Até então, as pesquisas eram realizadas isoladamente e os avanços pontuais. Por isso a iniciativa de integrar ações inter e multidisciplinares permitirá um avanço mais rápido e tornará o Brasil competitivo e auto-suficiente nesta área estratégica para o agronegócio.”

Segundo o coordenador, está prevista a criação de uma homepage do grupo aberta para discussão e participação dos interessados na área, incluindo publicações online.

Mais informações (19) 3429-4122 ramal 209, e-mail: jrpparra@esalq.usp.br

Matéria de Leandra Rajczukm, da Agência USP de Notícias, publicada no EcoDebate, 10/12/200/.

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