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Estudo aponta áreas prioritárias para conservação no Estado de São Paulo


Secretaria do Meio Ambiente utilizará mapas temáticos do Programa Biota-FAPESP em procedimentos de gestão e manejo florestal de áreas prioritárias à conservação da biodiversidade no Estado de São Paulo

Livro traz estudos desenvolvidos pelo Projeto Biota, com financiamento da FAPESP.

Com dados biológicos consistentes sobre 92.183 fragmentos de vegetação natural remanescente, enfocando as condições da fauna e da flora, pesquisadores de várias instituições apontam áreas em todo o Estado, consideradas prioritárias para ações de criação ou ampliação de unidades de conservação.

As áreas que receberam mais indicações foram as restingas remanescentes em Itanhaém, no Litoral Sul, e Bertioga, na Baixada Santista; a Serra do Japi, em Jundiaí; as áreas adjacentes ao Parque Nacional da Serra da Bocaina; os remanescentes de Mata Mesófila Semidecídua no entorno dos parques estaduais do Rio do Peixe e de Aguapeí; e fragmentos de Cerrado próximos a Bauru, Campos Novos Paulistas, Barretos e Dracena.

Este é um dos resultados do Projeto Biota-FAPESP consubstanciados no livro “Diretrizes para Conservação e Restauração da Biodiversidade no Estado de São Paulo”, lançado na segunda-feira (24/11) pelo Instituto de Botânica, órgão da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, e pela FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, que financiou o projeto.

Para o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, a publicação ganha relevância por causa da qualidade das informações científicas produzidas por uma equipe de pesquisadores de várias instituições. Os dados sobre os remanescentes vegetais motivaram, entre outras ações, a elaboração de resoluções como a que estabelece o zoneamento agroambiental, organizando a expansão das atividades sucroalcooleiras.

Ricardo Ribeiro Rodrigues, da FAPESP, que coordena o Projeto Biota, lembra que o livro é o resultado de um projeto iniciado em 1999, envolvendo cerca de 160 pesquisadores de várias disciplinas, que resultou num banco de dados com o inventário e caracterização da biodiversidade do Estado de São Paulo, definindo os mecanismos para a sua conservação e restauração. O evento contou ainda com as presenças de Vera Bononi, diretora do Instituto de Botânica, Carlos Brito, diretor científico da FAPESP, e outros.

Com 248 páginas, a publicação traz ainda três mapas-síntese com as diretrizes para a conservação e restauração da biodiversidade no Estado, propondo a criação e ampliação de unidades de conservação, incremento da conectividade entre os fragmentos de áreas florestais remanescentes e desenvolvimento da pesquisa de diversidade biológica.

Os dados biológicos coletados em cada área natural remanescente enfocam oito grupos temáticos: mamíferos, aves, répteis e anfíbios, peixes, invertebrados, espécies vegetais fanerógamas e criptógamas, e paisagem. Com base nessas informações, os especialistas definiram ações de conservação e restauração, além da simples indicação de áreas naturais remanescentes prioritárias para conservação. Os especialistas consideram que todas as áreas ciliares devem ser restauradas, conforme prevê a legislação ambiental, possibilitando a interligação desses fragmentos.

O livro ressalta que São Paulo é o estado com o maior número de espécies ameaçadas no Brasil, com 214 ou 11% do total. Destas, 23 são mamíferos, ou cerca de 10%, dos quais 20 se encontram em área de Mata Atlântica. O morcego “Lasiurus ebenus” e o roedor “Phyllomys thomasi”, por exemplo, ocorrem apenas na Mata Atlântica paulista e encontram-se sob ameaça devido à destruição de seus habitats. Por este motivo, toda a Mata Atlântica foi considerada prioritária para a conservação devido à ocorrência de um grande número de espécies endêmicas e ameaçadas.

Entre outros pontos, destaca que, na região das serras do Mar e da Mantiqueira, a vegetação não protegida entre as unidades de conservação já existentes precisa ser preservada para permitir que essas áreas continuem conectadas e, onde não existe vegetação, devem ser criados corredores para interligar os fragmentos aumentando a área disponível para as comunidades de mamíferos e permitir o fluxo da fauna.

*Informe da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, enviada por Edinilson Takara.

[EcoDebate, 27/11/2008]

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