EUA: Legisladores iniciam discussões para a total proibição do bisfenol-A (BPA)
Infográfico produzido pelo Sentinel, sintetizando os dados da pesquisa. Para acessar o infográfico na sua dimensão original clique aqui.
Diversos jornais norte-americanos destacam que legisladores federais e estaduais já estão trabalhando pela proibição bisfenol-A (BPA). A proibição, do seus uso em embalagens de de alimentos e bebidas, ganhou força depois que o jornal Sentinel patrocinou uma investigação sobre o assunto, contatando que até mesmo produtos de plástico, contendo BPA, vendidos como “seguros para microondas”, também liberam doses tóxicas quando aquecidos.
O BPA foi inventado em 1891, mas ficou praticamente ignorado até a década de 1940/50 quando, com o rápido crescimento da indústria de plásticos, começou a ser usado no endurecimento de plástico policarbonato. Várias empresas, incluindo a Dow Chemical e a BASF, fabricam o BPA, que outras empresas utilizam para fazer auto-peças e outros bens de consumo, além de garrafas de plástico e embalagens para alimentos. Por Henrique Cortez, do EcoDebate.
O Bisfenol A é, reconhecidamente, um disruptor do sistema hormonal e , em cobaias animais, já foi relacionado com o aumento do risco de desenvolvimento de câncer. Dados do Center for Disease Control and Prevention (CDC) afirma que mais de 90% dos norte-americanos, com mais de 6 anos de idade, possuem algum grau de presença do BPA no organismo.
No início, os debates sobre a segurança do BPA estiveram centrados no seu uso em mamadeiras, potencialmente colocando a saúde das crianças em risco. No entanto, com novas e mais amplas pesquisas, a preocupação se ampliou para a segurança de toda a população, tendo em vista a sua ampla utilização em garrafas plásticas e embalagens de alimentos.
As informações colhidas na pesquisa realizada pelo jornal Sentinel quase chagaram às proporções de um escândalo nacional, colocando a indústria química e a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) em situação mais do que desconfortável. Para acessarem as informações da investigação realizada pelo jornal Sentinel cliquem aqui.
Em matérias anteriores, destacamos que o tema, embora esteja em debate nos EUA, Canadá e Europa, continua ignorado no Brasil. Dele nada se fala por parte dos órgãos governamentais, da indústria ou dos órgãos de defesa do consumidor. O assunto também continua completamente ignorado pela grande mídia.
De qualquer forma, preferimos continuar a divulgar o debate sobre a segurança do bisfenol-A porque, cedo ou tarde, o assunto também entrará em pauta no Brasil, nem que seja porque a segurança e a saúde de nossas crianças é importante, tanto quanto seria nos nos EUA, Canadá e Europa.
Abaixo relacionamos matérias que já publicamos discutindo a segurança e os riscos do BPA, além de três importantes fontes de consulta relativas às pesquisas e estudos internacionais já realizados.
Fontes de consulta:
Relatório do The National Institute of Environmental Health Sciences
The NTP-CERHR Monograph on Bisphenol A
Matérias já publicadas pelo EcoDebate:
Novas pesquisas dizem que o bisfenol-A (BPA) pode provocar danos permanentes no cérebro das crianças
Pesquisador afirma que não existem níveis seguros de exposição ao Bisfenol A (BPA)
Bisfenol A (BPA): Ferver garrafas plásticas acelera a liberação de substâncias tóxicas
Pesquisa associa Bisfenol A (BPA) a problemas cardiovasculares e diabetes
Agências norte-americanas discordam sobre os riscos do bisfenol A (BPA) em plásticos
Química em plástico pode prejudicar as crianças
[EcoDebate, 22/11/2008]
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