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Eletrobrás pretende construir cinco novas usinas no Rio Tapajós

Entardecer no rio Tapajós, Santarém, Amazônia, Brasil, em foto de arquivo MMA
Entardecer no rio Tapajós, Santarém, Amazônia, Brasil, em foto de arquivo MMA

O presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz, anunciou ontem (19), no 22º Congresso Brasileiro de Energia, que a holding estuda a construção de cinco novas usinas hidrelétricas no Rio Tapajós (que abrange os estados do Amazonas e Pará).

Os empreendimentos teriam capacidade de produção de 10,68 mil megawatts (MW) de energia e os projetos seriam licitados até meados de 2010.

De acordo com a Eletrobrás, a construção das unidades faz parte dos projetos no setor de energia com sustentabilidade, integrados às comunidades da Região Norte. A Eletrobrás estuda ainda a instalação de linhas de transmissão para integrar mais a Região Norte do país, por intermédio do chamado “Linhão”, ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Muniz antecipoua que a intenção da Eletrobrás é construir as novas unidades no chamado conceito de usina-plataforma – modelo proposto pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

O conceito prevê a instalação da hidrelétrica sem a infra-estrutura tradicional, como estradas e canteiros de obras com alojamentos, que atraem numerosa população para o entorno da obra.

O presidente da Eletrobrás adiantou que a holding já apresentou os estudos do inventário do Rio Tapajós à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Agora, a Eletrobrás vai negociar com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que os estudos e relatórios de impacto ambiental (EIA/Rima) possam ser concedidos ao mesmo tempo, nos moldes do que foi feito com as usinas do Complexo do Rio Madeira..

Na ocasião, José Antônio Muniz informou que a Usina de Belo Monte, também no Pará, com capacidade prevista para 11,18 mil MW, deve se aproximar ainda mais desse novo conceito de usina-plataforma.

O executivo também anunciou a intenção da Eletrobrás de propor à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a inclusão, no planejamento estratégico do setor elétrico, da construção de três novas linhas de transmissão na Região Norte.

Segundo ele, a primeira ligará Boa Vista (RR) – Manaus (AM), com 230 kV, para reforçar o atendimento ao estado de Roraima, hoje ligado por meio de conexão à Venezuela.

Já a segunda também interligará Porto Velho (RO) a Manaus, reforçando o atendimento ao estado, enquanto a terceira linha pretende trazer para o Brasil a energia do conjunto das seis usinas que podem vir a ser implantadas no Peru.

Muniz informou também que já foi iniciada a implantação de outra linha de transmissão – Tucuruí (PA) – Manaus (AM) – Macapá (AP).

Em sua avaliação é “uma obra monumental, que possibilitará a integração com o Sistema Interligado Nacional (SIN), de modo a que, até 2012, não existirá mais o Sistema Isolado”, disse, referindo-se ao isolamento do ponto de vista do abastecimento de energia elétrica de parte da Região Norte ao restante do país.

Matéria de Nielmar de Oliveira, da Agência Brasil, publicada pelo Ecodebate, 20/11/2008.

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