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ONU diz que 536 mil mulheres morrem em decorrência da gravidez por ano Brasil tem terceiro maior índice de mortalidade infantil na América do Sul

O Relatório sobre a Situação da População Mundial 2008, divulgado na íntegra ontem (12) pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), alerta que o número de mulheres que morrem em decorrência da gestação e do parto permanece basicamente inalterado desde 1980. A média é de 536 mil óbitos por ano em todo o mundo. Outros cerca de 15 milhões de mulheres sofrem lesões ou adoecem.

A publicação sugere que abordagens sensíveis às diferenças culturais são ferramentas “essenciais” para ações focadas na promoção da saúde reprodutiva e sexual, bem como para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

A redução da mortalidade materna e a prevenção de lesões, ressalta a Unfpa, dependem de um melhor atendimento durante a gestação e o parto, além de serviços de emergência em casos de complicações e do acesso ao planejamento familiar.

Como exemplo, o texto cita que diversos governos e mesmo a comunidade internacional em geral consideram a mutilação genital feminina uma “violação” aos direitos humanos e um “perigo” à saúde mental e física das mulheres. Entretanto, de acordo com o relatório, a prática permanece “disseminada” e “arraigada” em algumas comunidades.

“Ela pode até mesmo ser considerada essencial para o ingresso na vida adulta e para a aceitação plena na comunidade. As mulheres que não se submetem podem ser consideradas feias e sujas. Acabar com essa prática implica levar em consideração todos os diferentes significados culturais e descobrir alternativas relevantes, em estreita cooperação com a comunidade”, destaca a Unfpa.

A publicação cita exemplos positivos como o de monges budistas no Camboja e de líderes locais no Zimbábue, que se destacam no combate ao HIV e à aids. Alianças bem-sucedidas, segundo o relatório, devem buscar parcerias amplas que incluam organizações de mulheres, jovens e trabalhadores, “para se fortalecer de forma conjunta”.

Já em relação à religião, a Unfpa reconhece que essa questão, por ser tema central na vida de muitas pessoas, influencia nas decisões e ações “mais íntimas”, mas que os apelos à religião podem ser utilizados para justificar violações consideradas “lamentáveis” dos direitos humanos – como o assassinato de mulheres em nome da “honra” ou mesmo os “crimes passionais”.

A participação dos homens na implementação e na execução de programas de saúde reprodutiva também é apontada pelo relatório como uma forma de garantir “sensibilidade cultural” e de vencer resistências.

Brasil tem terceiro maior índice de mortalidade infantil na América do Sul

O Brasil é o país com o terceiro maior índice de mortalidade infantil na América do Sul. A informação consta do Relatório sobre a Situação da População Mundial 2008. De acordo com o estudo, a estimativa para este ano é que, em cada grupo de mil crianças nascidas vivas no país, 23 morram antes de completar 1 ano de idade. O índice brasileiro só não é maior do que o da Bolívia, com 45 mortes, e o do Paraguai, com 32.

Na América do Sul, a menor taxa foi registrada no Chile, que apresenta uma média de sete mortes para cada grupo de mil crianças nascidas vivas. Em seguida, aparecem Argentina e Uruguai, ambos com 13 óbitos, e Venezuela, com 17.

De acordo com o relatório, o Brasil registra o terceiro pior índice em relação à expectativa de mortalidade entre crianças menores de 5 anos para 2008.

A estimativa é que 32 meninos e 24 meninas nessa faixa etária em cada grupo de mil crianças nascidas vivas morram em decorrência das chamadas doenças da infância. A primeira posição nesse ranking é ocupada pela Bolívia, com taxas de 64 (meninos) e 55 (meninas). Em segundo, vem o Paraguai, com 43 e 32, respectivamente.

Matéria de Paula Laboissière, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 13/11/2008.

Nota do EcoDebate: Leia a íntegra do relatório em português clicando aqui

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