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Notícia

Assentamento no Maranhão desenvolve Bioconstrução


Foto: Arquivo Incra/MA

Os moradores do Projeto de Assentamento (PA) Ilha Grande do Paulino, localizado no município de Tutóia, participaram de uma experiência pioneira no estado do Maranhão: a construção de uma casa utilizando as técnicas de Bioconstrução.

No período de 8 a 21 de agosto deste ano, estes assentados participaram de um curso de capacitação em Bioconstrução para aprender técnicas de baixo impacto ambiental: adequadas ao clima e valorizando soluções encontradas pelas próprias comunidades, com materiais originários da própria região, eficiência energética e tratamento adequado dos resíduos.

Durante o curso, os alunos puderam colocar em prática as técnicas apresentadas por meio da construção de uma casa modelo em regime de mutirão. A obra foi concluída no final do mês de outubro.

A construção modelo pertence à família de Fernando e Rozilene Machado, que morava numa área de 28 metros quadrados. A nova casa tem 106,53 metros quadrados de área construída (interna e externa) e é dividida em uma sala, dois quartos, uma cozinha, uma despensa, um banheiro interno apenas para banho e duas varandas. Na área externa será construído um banheiro seco.

“Hoje, estou bastante contente. Ver que nossa casa foi erguida com a ajuda dos outros moradores me deixa muito feliz. A nova casa será mais segura, maior e mais arejada que a antiga”, comentou Rozilene.

Para a construção desta casa modelo, o superintendente regional do Incra, Benedito Terceiro, solicitou a liberação excepcional do recurso para apenas uma família. “A decisão sobre a utilização da técnica de bioconstrução nas demais casas será feita após a avaliação dos resultados obtidos juntamente com a comunidade”, garantiu.

De acordo com o superintendente, a experiência de construção em regime de mutirão é muito importante para a comunidade. “Quando as famílias receberem o recurso do Incra/MA, que é de R$ 7 mil para cada uma, elas terão mais essa opção para a construção de suas casas”, esclareceu.

A iniciativa do projeto resultou da discussão e parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) sob coordenação do Programa Nacional de Ecoturismo (Proecotur), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio) por meio da Unidade de Conservação APA do Delta do Parnaíba, e o Incra.

De acordo com a técnica do Proecotur, Liliana Salvo, a Ilha Grande do Paulino faz parte de uma região de importante potencial ecoturístico. “Como o Incra/MA regularizou a situação dos pescadores e agricultores que vivem no local por meio da criação do assentamento, pensamos em estabelecer a parceria para que os moradores utilizassem uma técnica de construção das casas que agredisse o mínimo possível o meio ambiente”, explicou Liliana.

Técnicas utilizadas na bioconstrução

Superadobe – Utiliza sacos de ráfia com terra comprimida para fazer paredes e coberturas. A técnica foi criada pelo arquiteto iraniano Nader Khalilli. Os materiais necessários para esta técnicas são: sacos de ráfia, arame farpado e terra local. (Esta técnica foi utilizada para construção das paredes externas da casa)

Adobe – O tijolo de adobe é uma material de construção muito antigo. Consiste em um tijolo de barro e palha mesclados que é moldado e secado naturalmente. É uma técnica muito amiga do meio ambiente, pois não utiliza nada de cimento e não gasta combustível na secagem, por não ser queimado.(Esta técnica foi utilizada para construção das paredes internas da casa)

Ferrocimento – Argamassa de cimento e areia armadas em uma trama de vergalhões finos cobertos por tela de galinheiro de fios galvanizados. Os materiais necessários são malha de vergalhões, malha de tela de galinheiro hexagonal, fio de arame recozido, cimento, areia e água. (Utilizada pra construção da cisterna da casa).

Também foi utilizada madeira certificada para armação do telhado e troncos de carnaúba para a sustentação dos telhados das varandas.

Texto do Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário, publicado no EcoDebate, 12/11/2008

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