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Notícia

Agência Internacional da Energia adverte para um aumento potencial de 6 graus C na temperatura

[Energy Agency warns of 6 °C rise in temperatures, by Henrique Cortez]

2008 World Energy Outlook
2008 World Energy Outlook

Nossa crescente voracidade por energia pode levar a temperatura do planeta a um aumento de 6°C, nos patamares do pior cenário possível, de acordo com os especialistas climáticos que integram o IPCC. Este cenário, de conseqüências potencialmente catastróficas, foi retirado dos relatórios do IPCC por ter sido considerado improvável, mas o risco foi reafirmado pela AIE, o que equivale dizer que não é tão improvável assim. Por Henrique Cortez*, do EcoDebate.

No seu relatório “World Energy Outlook 2008” , a Agência Internacional da Energia diz que a reunião de cúpula para mudanças climáticas, em Copenhagen, 2009, que discutirá um novo protocolo climático para pós-Kyoto, deverá estabelecer ambiciosas metas de limitação de emissões carbono e que o setor de energia, fonte principal das emissões de CO2, deve assumir responsabilidades e desempenhar um papel fundamental, no sentido de tornar isto possível.

A União Européia tem se debatido em fixar um objetivo limitador de emissões, visando manter o aquecimento, em relação níveis anteriores à revolução industrial, em níveis a 2°C . No ano passado, o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), fixou como parâmetros, para os cenários de suas previsões, um aquecimento global entre 1°C e 5°C. Um aumento de 6°C foi rejeitado para inclusão no quatro relatório do IPCC.

O relatório “World Energy Outlook 2008” trata das reservas de combustíveis fósseis – os principais culpados pelo aumento da temperatura. Ele diz, por exemplo, que as atuais reservas reconhecidas de petróleo não devem se esgotar tão cedo e que, mesmo nos atuais padrões de consumo, deve durar até 2030, pelo menos.

No entanto, a agência adverte que, apesar de novas reservas serem descobertas com freqüência, isto apenas significa identificar onde o petróleo pode estar, mas isto não significa que será tecnológica e financeiramente viável explora-lo rápido o suficiente para satisfazer a demanda crescente.

O relatório também critica o fato de que a “riqueza” petrolífera não significa desenvolvimento social ou redução das desigualdades. Como exemplo, ele cita a Nigéria e Angola, cujas exportações de petróleo e gás os qualificam como grandes exportadores mundiais e, nem por isto, deixam de ser profundamente desiguais. Segundo a AIE, mais da metade da população dos dez maiores produtores de petróleo na África ainda dependerão da madeira e carvão para cozinhar em 2030.

2008 World Energy Outlook

[EcoDebate, 08/11/2008]

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