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J. Borges, João Abner e Rachel de Queiroz concorrem ao Brasileiro Imortal na Região Nordeste

J. Borges (xilógrafo), João Abner (professor) e Rachel de Queiroz (escritora). Um destes três nordestinos irá se tornar imortal e dará nome a uma das espécies botânicas recém-descobertas pela Vale em sua reserva ambiental, em Linhares (ES). A iniciativa faz parte do Prêmio Brasileiro Imortal, que escolherá pelo voto popular seis figuras ilustres de todo o Brasil para batizar as espécies, sendo uma de cada região e uma pessoa de representatividade nacional. A votação já está aberta. Basta entrar no site www.brasileiroimortal.com.br e deixar o voto para aquele que, em sua avaliação, tiver realizado atividades nas áreas social e ambiental que tenham real importância para o desenvolvimento do país.

Em todo o Brasil, são 18 finalistas. Os candidatos foram escolhidos por uma Comissão de Especialistas, formada por pessoas que atuam na área de sustentabilidade, levando em conta a contribuição ao país das atividades realizadas pelos indicados nas áreas social e ambiental.

O principal critério adotado pela Comissão para a escolha dos nomes é que sejam brasileiros representativos, cujas atividades nas áreas social e ambiental tenham real importância para o desenvolvimento do país.

Com o prêmio, a Vale pretende dar visibilidade às suas ações sustentáveis, em especial, ao trabalho desenvolvido na Reserva Natural, localizada em Linhares, no norte do Espírito Santo. Desde que a empresa adquiriu a reserva, nos anos 50, já foram descobertas 96 espécies da flora brasileira na região.

Confira o perfil dos indicados na Região Nordeste e na Categoria Nacional:

REGIÃO NORDESTE:
J. Borges – José Francisco Borges nasceu a 20 de dezembro de 1935, no município de Bezerros, Pernambuco, onde deu início à sua vida artística. Em 1964, começou a escrever folhetos e a fazer xilogravuras, entalhando pinho e imburana. A década de 60 foi um marco na vida do artista: sua obra e sua técnica, denominada tacos, passou a ser reconhecida nacionalmente como uma atividade cultural. Os temas mais solicitados em seu repertório são: o cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, enfim todo o universo cultural do povo nordestino. J. Borges tornou-se um dos mais famosos xilógrafos de Pernambuco, tendo publicado vários álbuns de xilogravuras, sendo alguns de luxo.

João Abner – Natural de Cerro Corá, RN, é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e grande estudioso do Rio São Francisco. Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1979), mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba (1993) e doutorado em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (1998). Também atua como assessor do Fórum Permanente de Defesa do Rio São Francisco e consultor de articulações e movimentos sociais que atuam no Semi-Árido brasileiro. João Abner é autor de artigos técnicos e jornalísticos; debatedor e conferencista em dezenas de eventos regionais e nacionais sobre o desenvolvimento sustentável do Semi-Árido brasileiro.

Rachel de Queiroz (In Memoriam) – Primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, publicou 23 livros individuais e quatro em parceria. Sua vasta e preciosa obra está traduzida e publicada em francês, inglês, alemão e japonês. Além disso, traduziu 45 obras para o português, sendo 38 romances. Colaborou semanalmente com crônicas no jornal “O Estado de S. Paulo”. Nasceu em Fortaleza (CE), em 17 de novembro de 1910, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 4 de novembro de 2003. Em fins de 1930 estreou com o romance “O Quinze”, com inesperada repercussão no Rio de Janeiro, então capital do país, feito impressionante para uma desconhecida escritora nordestina de apenas vinte anos de idade. Assim projetou-se na vida literária do país, agitando a bandeira do romance de fundo social. Em 1931, conquistou o prêmio da Fundação Graça Aranha.

CATEGORIA NACIONAL:
– José Hamilton Ribeiro – Paulista de Santa Rosa do Viterbo, 72 anos de idade e 52 de profissão, José Hamilton Ribeiro se considera um repórter por vocação. Por causa de sua obstinação pela notícia, conquistou vários prêmios, acumulando, entre outros, sete prêmios Esso de Reportagem, o Prêmio Personalidade da Comunicação 1999 e o título de “rosto do jornalismo brasileiro”, conferido pela revista Ícaro no ano passado. Passou pelas redações das revistas Realidade e Quatro Rodas, da Folha de S. Paulo e dos programas “Globo Repórter”, “Fantástico” e “Globo Rural”.

– José Márcio Ayres – Nasceu em Belém e tornou-se um dos cientistas brasileiros mais respeitados e premiados na área de Conservação da Biodiversidade. Iniciou seus estudos no Núcleo Pedagógico da Universidade Federal do Pará (UFPA). Formou-se pela Universidade de São Paulo e logo após ingressou no curso de mestrado em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Estudando a socioecologia do Cuxiú-Preto na Região Norte de Mato Grosso e no Pará, deparou-se com as grandes ameaças à imensa floresta, e assim, o cientista encontrou o que seria seu principal objetivo: criar e gerir unidades de conservação em áreas ecologicamente importantes, para promover a preservação da biodiversidade brasileira. O biólogo foi diretamente responsável pela criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a primeira no Brasil, que, juntamente com a Reserva Amanã, compõe mais de três milhões de hectares de floresta tropical protegidos.

– Paulo Nogueira Neto – Biólogo e conservacionista de renome internacional, Paulo Nogueira Neto foi o primeiro secretário Especial do Meio Ambiente do Governo Federal e criou 3,2 milhões de hectares de áreas preservadas, distribuídas em 23 estações e reservas ecológicas por todo o país. Ao sair da SEMA, foi secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, onde teve a oportunidade de criar a Área de Proteção Ambiental de Cafuringa. De 1983 a 1987, foi membro da Comissão Bruntland para o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, como um dos dois representantes da América Latina. Foi duas vezes eleito vice-presidente do programa “O Homem e a Biosfera”, da UNESCO. Em 1981, recebeu o Prêmio Paul Getty e o Prêmio Duke of Edinburgh, da WWF International – World Wildlife Fund of Nature. Também foi um dos fundadores do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), ao qual pertence até hoje, como representante de organização não governamental. Foi responsável pela criação de pelo menos 26 estações e reservas ecológicas. No momento, além de membro do Conselho de Administração da CETESB, acumula ainda as funções de vice-presidente no Brasil do WWF e da Fundação SOS Mata Atlântica.