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Degradação do solo afeta 46 mi no Brasil

A degradação do solo está aumentando em muitas partes do mundo, segundo estudo divulgado hoje pela FAO, com dados pesquisados num período de 20 anos.

Definida como o declínio a longo prazo na função e na produtividade de um ecossistema, a degradação do solo está aumentando em gravidade e extensão, afetando mais de 20% das terras agrícolas, 30% das florestas e 10% dos pastos. Cerca de 1,5 bilhão de pessoas, um quarto da população mundial, dependem diretamente dos solos que estão sendo degradados. Da FAO, no ONU-Brasil, Boletim Diário nº 271.

As consequências desse fenômeno incluem diminuição da produtividade agrícola, migração, insegurança alimentar, prejuízos a recursos e ecossistemas básicos e a perda de biodiversidade genética e de espécies, devido a mudanças nos habitats.

“A degradação do solo tem também importantes implicações para a redução e a adaptação às mudanças climáticas, já que a perda de biomassa e de matéria orgânica do solo libera carbono na atmosfera e afeta a qualidade do solo e sua capacidade de reter a água e os nutrientes”. afirmou Parviz Koohafkan, Diretor da Divisão de Terras e Águas da FAO.

O estudo indica que, apesar da determinação dos 193 países que ratificaram a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, em 1994, a degradação do solo está se agravando, ao invés de diminuir.

Cerca de 22% das terras em processo de degradação estão em zonas ou muito áridas ou sub-úmidas secas, enquanto 78% estão em regiões úmidas. O estudo revela que a principal causa da degradação do solo é a má gestão da terra.

Em comparação com avaliações anteriores, o estudo revela que a degradação do solo tem afetado novas regiões desde 1991, enquanto que algumas áreas historicamente muito degradadas foram tão afetadas que agora estão estáveis, por terem sido abandonadas ou exploradas com baixo nível de produtividade.

Os dados sobre a degradação do solo em nível mundial são parte do estudo apresentado pela FAO, pelo Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente (PNUMA) e pela Informação Mundial do Solo (ISRIC). O estudo se chama Avaliação da Degradação do Solo em Zonas Áridas (LADA, em inglês) e foi financiado pelo Global Environment Facility.

Bons exemplos

Mas as notícias não são apenas ruins. A pesquisa identificou uma série de lugares onde o solo é utilizado de forma sustentável (19% das terras agrícolas) ou se está alcançando maior qualidade e produtividade (10% dos bosques e 19% dos pastos).

Muitos dos avanços em terras agrícolas estão associados à irrigação, mas também há exemplos de melhoras em terras agrícolas e pastos nas pradarias e planícies da América do Norte e Índia Ocidental. Alguns dos avanços são resultado de aumento da cobertura florestal, seja com plantio de florestas, em especial na Europa e América do Norte e com algumas projetos de bonificação de terras, por exemplo no norte da China.

No entanto, algumas das iniciativas positivas se baseiam na invasão de áreas agrícolas e pastos por florestas e arbustos, o que por regra geral não é considerado melhoria do solo.

O estudo mostra que a degradação da terra continua sendo um assunto prioritário que requer atenção renovada dos cidadãos, comunidades e governos.

Mais afetados e o Brasil

O ranking por país por população rural afetada com a degradação dos solos é:

1- China (457 milhões de pessoas)
2 – Índia (177 milhões de pessoas)
3 – Indonésia (86 milhões)
4 – Bangladesh (72 milhões)
5 – Brasil (46 milhões)