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O mundo necessitaria de 1.300 novas usinas nucleares para baixar as emissões

“É possível conseguir um futuro energético sustentável”, garante a Agência Internacional da Energia (AIE). Mas isso sai caro. Para implementar um programa capaz de reduzir pela metade as emissões de CO2 até 2050, serão necessários investimentos da ordem de 45 bilhões de dólares, além da combinação das diferentes energias existentes. Mas, fundamentalmente, segundo a AIE se requer “uma revolução” na questão energética.

Segue a íntegra da matéria publicada no El País, 07-06-2008. A tradução é do Cepat.

Conseguir reduzir pela metade as emissões de CO2 de 2010 até 2050 é um desafio difícil, mas não impossível para a Agência Internacional da Energia (AIE). Mas caro. Para implementá-lo serão necessários investimentos da ordem de 45 bilhões de dólares e a combinação das distintas energias existentes. Para o aumento do uso de fontes renováveis para a geração de eletricidade, este organismo da OCDE propõe, entre outras coisas, a construção anual de 32 usinas nucleares de 2010 até 2050, ou seja, cerca de 1.280 novas centrais. Algo que, asseguram, significaria uma economia de CO2 de 6%. Atualmente há 435 reatores em operação e 30 em construção em todo o mundo.

“É possível conseguir um futuro energético sustentável”, disse a AIE no relatório apresentado em Tóquio. O estudo Perspectivas sobre tecnologia energética 2008 garante que o segredo está na tecnologia. “A questão principal é uma maior eficiência energética, a captura e o armazenamento de CO2, as fontes renováveis e a energia nuclear”, sustenta. Nesta análise, que traça possíveis cenários e estratégias até 2050 para reduzir as emissões, sustenta que a economia energética precisará de “uma revolução”.

A AIE, formada por 27 países, estima que para conseguir que em 2050 as emissões sejam as mesmas de hoje seria necessário investir 17 milhões de dólares. Mas este organismo assegura que essa redução pode não ser suficiente. Os líderes do G-8 decidiram reduzir as emissões de CO2 em cerca de 50% até 2050. E a AIE toma isso como cenário. Para chegar a ele os investimentos deveriam ser de 1,1 bilhão de dólares.

Nesse cenário, 36% da redução seria obtido através de uma maior eficiência no uso da energia, 21% com a utilização de energias renováveis, 19% com seqüestro de carbono e 24% com a eficiência na geração da energia. “As melhorias na eficiência energética nos edifícios, nos eletrodomésticos, no transporte, na indústria e na geração de eletricidade representam as maiores economias e menos caros”, asseguram. Mas fundamentalmente seria preciso “descarbonizar” a geração de eletricidade. À criação de centrais nucleares o organismo soma a construção de 17.500 turbinas eólicas.

A AIE sustenta que “o passo mais difícil e caro” é reduzir as emissões do transporte. “Espera-se que os biocombustíveis baixos em carbono desempenhem uma função significativa”, dizem.

(www.ecodebate.com.br) publicado pelo IHU On-line, 12/06/2008 [IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]