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Ferramenta do Google Earth simula o aquecimento global

O Google Earth, em colaboração com o governo britânico, lançou uma nova ferramenta para mostrar como as alterações climáticas afetam o planeta. O Met Office Hadley Centre produziu uma animação que mostra a mudança de temperatura nos próximos 100 anos e o seu impacto em algumas partes do globo. Os cientistas do British Antarctic Survey desenvolveram uma ilustração que mede os efeitos das alterações do clima na Antártida, mostrando o espantoso recuo dos glaciares. Segue a íntegra da matéria de Stéphane Foucart publicada no Le Monde, 24-05-2008. A tradução é do Cepat.

Pelo fato de que produz seus efeitos com lentidão e sutileza, o aquecimento global é a alteração ambiental mais complexa a dar na vista. Para que o grande público possa ter uma idéia mais precisa do fenômeno, o Met Office (o correspondente britânico do Météo France) tornou público, no dia 19 de maio, um [modelo informático] que transforma o Google Earth numa espécie de termômetro global.

Esse modelo se apresenta na forma de um pequeno arquivo informático que pode ser aberto no Google Earth. Na interface gráfica do célebre programa da empresa de Mountain View (Califórnia), os continentes aparecem representados em esbatimentos de tons de cores, que variam do azul pálido ao carmim, em função da geografia e do avanço do tempo – o sítio de busca pode fazer variar o cursor até 2100.

Podemos ver uma simulação das evoluções regionais das temperaturas médias como estão previstas pelo modelo digital do Met Office. Esta não é a pior hipótese tomada para construir a simulação, mas um cenário de emissões médias de gás de efeito estufa ao longo do século.

Entretanto, não é preciso fazer o programa dizer aquilo que ele não diz. Em 2100, as cores mais quentes (onde o aquecimento é mais forte) são visíveis no Ártico e no norte da Europa, ao passo que a África parece menos “aquecida” que numerosas outras regiões.

Novo terreno a ser explorado

Quer isso dizer que o continente africano será menos afetado? Não, porque a mudança climática se manifesta também por transformações na pluviometria, por exemplo. Ora, a intensidade das chuvas deverá diminuir, segundo os modelos, sensivelmente no Sahel e castigar duramente suas atividades agrícolas.

Quando surgirão novos modelos que exibem os efeitos colaterais e regionais do aumento das temperaturas, como as mudanças de regime das precipitações, mas também a redução dos glaciares, o aumento do nível dos mares, etc.? O British Antarctic Survey acaba de desenvolver um modelo que mostra todas as zonas do oeste do continente branco que perderam, desde o começo dos anos 1990, grandes plataformas de gelo.

O Google Earth oferece aos cientistas da Terra, do clima e do ambiente um novo terreno a ser explorado. Universidades, centros de pesquisas ou associações já imaginaram e publicaram modelos que descrevem a evolução geográfica ao longo do tempo de focos infecciosos de certas doenças, indexando as principais barragens ou ainda os grandes marés negras.

(www.ecodebate.com.br) publicada pelo IHU On-line, 28/05/2008 [IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]