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Energia alternativa, limpa e renovável: um excelente negócio para as empresas e a natureza…, artigo de Nelson Batista Tembra

[EcoDebate] As sobras de madeira que eram jogadas no lixo, poluindo o meio ambiente, agora terão reaproveitamento como matéria-prima na produção de briquetes. O que era lixo vai virar energia, ajudando a preservar a natureza, contribuindo com a economia de energia e com o controle do desmatamento ilegal na Amazônia.

O Distrito Industrial de Icoaraci, no Estado do Pará, está prestes a comemorar o ‘turn-key’ da mais nova fábrica do combustível energético alternativo, limpo e renovável: trata-se da ‘Briket Future Energy’, empresa que produzirá o briquete, um material ecológico que substitui com grande eficiência o óleo BPF usado em caldeiras industriais, o gás, a energia elétrica, o carvão e, principalmente, a lenha ilegal, entre outros combustíveis.

Com matriz em Higienópolis, Estado de São Paulo, a fábrica do Pará utilizará resíduos de matéria-prima florestal certificada, oriundos de planos de manejo florestais, de fontes renováveis ou processos de reciclagem ambiental, constituindo material de alto poder calorífico, sem aditivos, aglutinantes ou quaisquer outros elementos químicos. As fontes serão os resíduos de madeiras nobres amazônicas, e a umidade padronizada do produto final será inferior a oito pontos percentuais.

A capacidade inicial da fábrica, com uma única linha de produção, será de três mil toneladas mensais, que serão ampliadas em módulos ou linhas de acordo com o crescimento da demanda.

‘Para queimar o briquete não é necessário nenhum equipamento especial ou adaptação. Toda fornalha, caldeira ou forno queimando lenha estão prontos para a queima do briquete, a combustão do produto é limpa, sem cheiro, sem fumaça e com baixo índice de cinzas remanescentes’, comemora Edward Karic, sócio do empreendimento.

Jairo Harari, responsável técnico da planta industrial de Icoaraci revela que, dentre outras, as principais vantagens do briquete são que ele ocupa pouco espaço e economiza em armazenagem e frete, além do alto poder calorífico (PCI 4900 – PCS 5250 Kcal/kg).

‘Estabelecendo um comparativo entre os vários combustíveis, temos que, no tocante a quantidade relativa para produção de vapor, uma tonelada de briquete equivale a quatro metros cúbicos de lenha, ou duas e meia toneladas de cavaco ou quinhentos quilos de óleo BPF 1A’. ‘Além disso, nosso produto é elegível para crédito de carbono, apresenta ótima relação custo x benefício e menor custo de manutenção de fornos e caldeiras, com maior e mais rápida combustão, grande poder calorífico e regularidade térmica’.

Parabéns à Briket Future Energy. O Governo do Pará, através da Secretaria Executiva de Meio Ambiente – SEMA, bem que poderia estabelecer como condicionante, no licenciamento ambiental dos empreendimentos que necessitam utilizar caldeiras, a exigibilidade de consumo de quantidades mínimas desse novo produto, além dos benefícios fiscais e tributários, enquanto muitas empresas e grupos econômicos terão a oportunidade de comprovar na prática e de forma voluntária, as propagandas milionárias de que são ecologicamente corretas e socialmente justas.

Nelson Batista Tembra, Engenheiro Agrônomo e Consultor Ambiental, com 27 de experiência profissional, é colaborador e articulista do EcoDebate