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Peixe-boi marinho, artigo de Roberto Naime

 

Peixe-boi marinho. Foto: Fiocruz

 

[EcoDebate] O peixe-boi é um espécime peculiar da fauna presente em alguns ambientes aquáticos do país, também chamado de vaca-marinha ou manati. Possui dimensões avantajadas, com formas corporais arredondadas, existindo tanto na água doce, como também nos mares. Site do projeto peixe-boi consultado em 23/08/14 (http://www.projetopeixe-boi.com.br/) avaliza algumas das informações repassadas.

Este site indica a presença de 3 espécies: o tipo africano que vive no oceâno Atlântico e nas águas doces e costeiras do oeste do continente africano; o denominado peixe-boi marinho que habita as porções oceânicas com temperaturas mais elevadas em todas as Américas e o peixe-boi da Amazônia que vive nas bacias hidrográficas do rio Amazonas e do rio Orinoco.

Todas as espécies, conhecidas por sua majestosidade, que sempre geram imagens de rápida lembrança para todos os indivíduos, estão bastante ameaçadas de extinção, sendo protegido por legislações. Seus hábitos de vida são solitários, sendo avistado raramente em grupos. As variadas espécies podem atingir algumas centenas de kg de peso e a rugosidade da pele é sempre uma característica marcante.

Seus predadores naturais são os crocodilos, orcas, tubarões e jacarés, mas nos Estados Unidos, a principal ameaça tem sido hélices de barcos e colisões com embarcações. O peixe-boi como a própria observação registra, é um animal relativamente de movimentos lentos e que prefere águas rasas. O assoreamento nos sítios onde costuma se reproduzir é outro entrave às populações remanescentes.

Em algumas cidades da Amazônia, esta espécie foi quase extinta antes que sua caça fosse proibida. Sua carne era muito apreciada e haviam vários artifícios utilizados para sua captura. Seus subprodutos também eram amplamente utilizados. O peixe-boi marinho presta relevantes serviços ambientais na limpeza e manutenção dos manguezais e das zonas estuarinas em geral. Exerce uma importante regulação marinha, evitando a proliferação desordenada e a acumulação de algas na costa, impedindo que estas espécies marinhas alcancem superfícies litorâneas, e acabem dificultando a manutenção de vida marinha equilibrada nestes locais.

Até mesmo alguns componentes de suas fezes são importantes para a reprodução de algumas formas de vida marinhas e para garantir plenitude de manutenção e expressão de biodiversidade, integrando as cadeias alimentares desde larvas de pequenos peixes, que servem de base para a dieta de outros animais maiores, que podem também acabar servindo ao consumo humano.

Neste sentido, é digna de referência a iniciativa do Instituto Chico Mendes, de criação e manutenção do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), que coordena, executa a promove estudos, projetos e programas de pesquisa e manejo para conservação de mamíferos aquáticos, atuando especialmente sobre espécies ameaçadas e também migratórias.

O CMA atua em todo território brasileiro, contando com bases avançadas em Alagoas (Porto de Pedras), Maranhão (São Luiz), Pará (Belém), Santa Catarina (Florinópolis) e no território de Fernando de Noronha em Pernambuco. Este órgão também participa da Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos do Brasil (REMAB) e da Comissão Internacional da Baleia (CIB).

O Centro mantém projetos de extrema relevância para manutenção das espécies aquáticas de mamíferos vulnerabilizados, como o Projeto Peixe-Boi Marinho. Este projeto está locado na sede do CMA, em Pernambuco, onde se encontra também o Parque Temático Mamíferos Aquáticos, o primeiro parque temático relacionado a mamíferos aquáticos no Brasil, gerido em parceria pelo CMA/ICMBio e pelo Instituto Mamíferos Aquáticos (IMA).

Não se pode fazer terra arrasada. Boas iniciativas patrocinadas por iniciativas governamentais ou mesmo por instituições não-governamentais, devem ser expostas, discutidas e apresentadas. Pois estes bons exemplos ocorrem em todo país e nas mais diferentes áreas, constituindo iniciativas positivas que são dignas de apoio.

Evidentemente que muito ainda existe para ser desenvolvido no país, por todos os atores que integram nosso cenário cotidiano, mas neste momento político por excelência, é válido lembrar que nenhum agrupamento político descobriu o país ou que tudo comece a partir do atual diagnóstico. Quem primeiro aportou no Brasil foram os portugueses, e deste momento em diante todos os agrupamentos políticos que governaram o país ajudaram a construir dentro de suas possibilidades, a realidade nacional que atualmente engloba e envolve todos os cenários e especificidades cotidianas que constituem a realidade nacional.

Ensina a boa prática que sempre se diagnostica a realidade e se constroem alternativas públicas a partir do diagnóstico obtido, para obtenção de realidades que possam favorecer a melhoria da qualidade ambiental e da qualidade de vida de todos.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

 

Publicado no Portal EcoDebate, 26/05/2015

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