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Para a Unesco, cada dólar investido em saneamento poderá dar retorno 28 vezes maior

 

esgoto

 

O mundo precisa investir US$ 53 bilhões por ano, durante cinco anos, para universalizar o acesso à água tratada e ao saneamento, segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos 2015 – Água para um Mundo Sustentável da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O investimento equivale a 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2010. Em países em desenvolvimento, o investimento pode trazer um retorno estimado entre US$ 5 e US$ 28 por dólar.

“Investir na melhoria da gestão da água e serviços de saneamento é pré-requisito para a redução da pobreza e o crescimento econômico sustentável. As pessoas pobres são beneficiadas diretamente com a melhoria dos serviços de água e esgoto, têm melhorias na saúde e redução das despesas com doenças, além de aumentar a produtividade e economizar tempo”, diz o texto.

No mundo, 748 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, e os principais afetados pela falta de abastecimento são pobres e mulheres. O relatório mostra ainda que 2,5 bilhões não têm acesso a sistema de saneamento.

De acordo com a Unesco, sem serviço de abastecimento, as mulheres e as meninas são frequentemente as responsáveis pela busca de água. Na África Subsaariana, muitas passam pelo menos meia hora para cumprir a tarefa e, como fazem várias viagens, gastam até quatro horas por dia, o que faz com que elas sejam mais prejudicadas que os meninos na educação.

O Brasil é citado pela organização como um dos países que têm o desafio de superar a desigualdade na oferta desses serviços, assim como a Índia e a China. “A pobreza ainda existe em níveis inaceitáveis nesses três países, assim como em outros”, diz o relatório, que, no entanto, reconhece que os três avançaram nos últimos anos.

Segundo a oficial de Ciências Naturais da Unesco na Itália, Angela Ortigara, integrante do Programa Mundial de Avaliação da Água, cuja sigla em inglês é WWAP, nos últimos anos, houve avanço, o que mostra que a questão da água e do saneamento tem tido destaque nos países. Nos últimos 20 anos, 2,3 bilhões passaram a ter acesso à água potável e 1,9 bilhões a saneamento básico. “Precisamos começar a agir hoje para poder atingir um mundo sustentável”, disse Angela, que participou da elaboração do relatório.

O relatório foi mundialmente lançado na sexta-feira (20), em Nova Délhi, capital indiana, antes do Dia Mundial da Água, comemorado domingo (22). O relatório foi produzido pelo WWAP, em colaboração com as 31 agências do sistema das Nações Unidas e 37 parceiros internacionais da ONU-Água. A intenção é que a questão hídrica seja um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que vêm sido discutidos desde 2013, seguindo mandato da Conferência Rio+20 e deverão orientar as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos.

Por Mariana Tokarnia, da Agência Brasil

Publicado no Portal EcoDebate, 24/03/2015


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Alexa

One thought on “Para a Unesco, cada dólar investido em saneamento poderá dar retorno 28 vezes maior

  • 53 bilhões pode parecer muito para uma pessoa física. Mas em termos de governos, e considerando que são dados para todo o mundo, isso é uma ninharia. O retorno disso é comprovado, não apenas pela pesquisa de agora da ONU, mas por vários outros artigos que mostram que investir em saneamento significa diminuir gastos com hospitais, ter maior rendimento na educação, aumentar as horas extras de mulheres e homens para que trabalhem em qualquer outra coisa, aumentar o número de crianças que realmente chegam à idade adulta e inúmeros outros benefícios. Isso só falando em humanos, sem falar na melhora para o meio ambiente quando ao invés de se deixar esgoto ser jogado na sarjeta se centraliza e se trata esse esgoto antes de jogá-lo na natureza.

    E ainda assim, mesmo sendo barato, mesmo sendo lucrativo, mesmo fazendo sentido para melhorar a vida humana, para melhorar a vida de todas as outras espécies que dividem a terra com a gente (tirando talvez baratas e ratos)… mesmo assim eu duvido que isso vá ser feito. Quanto mais em cinco anos.

    Precisaria que as pessoas considerassem isso uma prioridade. No mundo. Não precisaria estar na primeira fila, só estar na lista de coisas a fazer que efetivamente são feitas.

    Coisas simples, óbvias, e que dificilmente serão realizadas. É, ler esses artigos acaba me deixando triste.

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