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Artigo

Dilma, é fácil superar o Bolsa Família, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)

 

Projeto gera energia limpa, capacitação da mão de obra e renda em condomínios do MCMV em Juazeiro (BA)

 

[EcoDebate] Dilma, se você quiser, é fácil superar o Bolsa Família. Basta observar o que foi feito aqui em Juazeiro da Bahia num programa que você mesma inventou: o Minha Casa, Minha Vida.

Com apoio da Caixa Econômica (a funcionária da Caixa que apoiou esse projeto trabalha na área social do Banco em Brasília), projeto elaborado por uma empresa privada, cada uma das mil casas do projeto ganhou no teto quatro painéis solares. Mas, ao contrário de guardar a energia em baterias, elas vieram com um conversor e plugadas na rede nacional de energia. Durante o dia as casas despejam energia na rede nacional. Pela noite invertem o interruptor e captam energia para suas casas. Resultado, o excedente é muito maior que a consumida, o que acabou gerando renda para as famílias.

Então, a associação criada passou a vender energia nos leilões comuns de energia desse país. Resultado, mesmo depois de descontada a energia captada para os períodos noturnos, cada morador tem recebido em média 80 reais por mês. Não tem subsídio, regras de mercado, portanto, rentável.

Ainda mais, as famílias não recebem toda a renda da energia, mas só 60%. Cerca de 30% vão para investimentos no condomínio e 10% para outras necessidades decididas pela comunidade.

Imagine você, Dilma, se todas as casas do Minha Casa, Minha Vida tivessem ao menos dez (10) placas de energia solar? Que festa não seria? O pessoal deixaria de depender do Bolsa Família – prato preferido dos adversários do teu governo – e seriam simplesmente produtores de energia. Imagine se esses projetos fossem estendidos aos assentamentos de reforma agrária, às comunidades quilombolas, às comunidades tradicionais, ou até mesmo para quem quisesse produzir energia a partir do teto de suas casas?

Portanto, você tem a faca e o queijo na mão. A experiência concreta já está comprovada. E você ainda estaria contribuindo com um ambiente limpo, menos CO2 na atmosfera, inaugurando uma nova era de tecnologias sociais e um novo modelo energético para o país.

Claro que isso seria feito num processo, sem prejudicar os mais pobres que ainda dependem do Bolsa Família.

Olha, se você não fizer isso, seu próximo sucessor jamais deixará de perder essa oportunidade.

Então, Mulher, aproveite.

Roberto Malvezzi (Gogó), Articulista do Portal EcoDebate, possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

Publicado no Portal EcoDebate, 12/12/2014


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6 thoughts on “Dilma, é fácil superar o Bolsa Família, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)

  • Júlio Alvarenga

    Caro Roberto,

    Bastante interessante e pode trazer benefícios para muitos. Entretanto, fica limitada a uma série de características que se modificam com o tempo e local.
    Por exemplo. Hoje o preço de energia elétrica está alto devido a estiagem. Isso mudando, altera-se o valor de reembolso.
    Outra condição é a climática. Locais com pouco sol podem não gerar energia suficiente para sua subsistência.
    Contudo, concordo que todos os imóveis do programa e de órgãos públicos deveriam adotar essa prática.

  • E tudo vai continuar piorando até quando não puder mais continuar.

  • Pingback: Combate Racismo Ambiental » Dilma, é fácil superar o Bolsa Família, artigo de Roberto Malvezzi* (Gogó)

  • Excelente ideia, Roberto.
    Não sei se, como diz o Julio, daria para substituir o bolsa família.
    No entanto, você está antecipando o que fatalmente terá que acontecer.
    Com o aumento da população e do consumo de energia elétrica, a captação de energia solar é algo que vai se generalizar.
    Quem viver verá.

  • A ideia é incrível, precisa ser divulgada e amplamente aplicada em todos os lugares em que seja possível ( e eles são muitos). Não é nenhuma “revolução”, tão somente a aplicação de tecnologias adequadas condizentes com as políticas públicas e a evolução das mesmas. Não tem mais desculpas para não fazê las !

  • Pois é, uma solução fácil e prática. Acho difícil que seja implantada em larga escala, justamente por isso. Não deixa brechas para a corrupção.

Fechado para comentários.