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Programa do governo define mais 4 usinas nucleares

 

Mesmo depois dos acidentes em Fukushima, no Japão, o governo faz uma aposta na expansão do programa nuclear brasileiro, prevendo “projetar e viabilizar” quatro usinas para a geração de energia atômica até 2015, mas não menção, no plano plurianual, sobre a localização das usinas.

A reportagem é de Daniel Rittner e João Villaverde e publicada pelo jornal Valor, 21-09-2011.

O documento fala ainda sobre uma reorganização institucional do setor, com a criação da Agência Reguladora Nuclear, além da formação de 164 profissionais voltados aos segmentos de pesquisa avançada, desenvolvimento tecnológico e indústria nuclear.

Governadores de pelo menos quatro Estados do Nordeste – Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe – vinham travando uma disputa de bastidores para receber duas das quatro usinas. As outras duas estavam previstas inicialmente para o Sudeste.

No entanto, as explosões em Fukushima congelaram as discussões e criaram incertezas sobre a continuidade dos planos, após a conclusão de Angra 3, programada para dezembro de 2015. Agora, o Plano Plurianual – PPA aparentemente dissipa as dúvidas sobre a disposição do governo de continuar apostando na geração de energia atômica como complemento à matriz.

Para resolver um dos problemas mais questionados pelos ambientalistas, o da destinação definitiva do lixo nuclear, o governo se compromete a “atingir 45% do cronograma físico de implantação” do depósito de rejeitos de baixa e média radioatividade, em 2015. Segundo a Eletronuclear, o início das obras está previsto para 2014 e a operação começará em 2018.

Há outras duas metas consideradas essenciais pelo setor. Uma é a construção do reator multipropósito brasileiro, que deverá estar com 50% das obras concluídas até 2015, para permitir a produção nacional de radiofármacos e “ampliar o acesso à medicina nuclear” no Sistema Único de Saúde (SUS).

Outra é terminar a construção de um reator experimental para a produção de energia elétrica, com tecnologia nacional e 11 megawatts de potência, que servirá como protótipo em terra do sistema de propulsão naval usado no futuro submarino nuclear, considerado estratégico pela Marinha. É o que os militares têm chamado de Labgene – sigla para Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica.

Além da energia atômica, o governo mantém a aposta nos grandes empreendimentos hidrelétricos na Amazônia. A próxima ficha está na usina de São Luiz do Tapajós, no Pará, cujos estudos de viabilidade estão sendo feitos por um consórcio entre Camargo Corrêa, EDF e Eletronorte.

(Ecodebate, 22/09/2011) publicado pela IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

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2 thoughts on “Programa do governo define mais 4 usinas nucleares

  • O programma nuclear do Brasil mostra claramente a necessidade de informação sobre energia nuclear, radioatividade e suas consequencias. O Uranium Film Festival do Rio de Janeiro faz este serviço.

    A Mostra Itinerante do Uranium Film Festival que começa agora em Salvador faz parte de nosso roteiro a todas as capitais do Brasil que começou no Rio de Janeiro, em maio 2011. Mostras já aconteceram em São Paulo e com parceria da ong BAOBA em Recife, João Pessoa, Natal e Fortaleza. Também Mostras Itinerantes fora do Brasil estão em planejamento. ONGs do Brasil e América Latina são convidadas para participar e receber o Festival.

    O Uranium Film Festival do Rio de Janeiro é anual e um projeto global. Atualmente paralelo às Mostras Itinerantes trabalhamos para o 2º Uranium Film Festival acontecer no Rio de Janeiro, no período da Rio+20, maio/junho 2012.

    Marcia Gomes
    Coordenadora Uranium Film Festival
    contato: info@uraniumfilmfestival.org
    http://www.uraniofestival.org
    http://www.uraniumfilmfestival.org

  • tenho certeza que nossos governantes conhecem todos os riscos, apenas eles veem primeiro quanto vao ganhar com o projeto de expansão de usinas nucleares no brasil

Fechado para comentários.