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Pesquisa conclui que morangos orgânicos são mais nutritivos que os convencionais

Morangos - Foto: Divulgação / Embrapa Clima Temperado / Página Rural
Foto: Divulgação / Embrapa Clima Temperado / Página Rural

[Por Henrique Cortez, para o EcoDebate] Os consumidores compram frutas e vegetais orgânicos porque eles pensam que são mais saborosos, mais nutritivos e, ao mesmo tempo, são ambientalmente mais ‘amigáveis’, muitas vezes pagando bem mais por estas qualidades adicionais dos produtos orgânicos.

E, de acordo com uma nova pesquisa [Fruit and Soil Quality of Organic and Conventional Strawberry Agroecosystems] os morangos orgânicos são, de fato, mais nutritivos e melhores para o solo e para o meio ambiente.

A descoberta é baseada em uma comparação detalhada de morango orgânico e convencional realizada em fazendas na região de Watsonville, Califórnia, EUA, onde 40% da safra californiana de morango é produzida. Uma equipe de ecólogos, químicos de alimentos, cientistas e outros especialistas analisou uma série de fatores antes de concluir que os frutos orgânicos foram superiores.

Os morangos orgânicos apresentaram maiores concentrações de antioxidantes, compostos fenólicos e vitamina C e permaneceram mais tempo sem apodrecer. A partir de analises de DNA os pesquisadores também concluíram que, no caso dos morangos orgânicos, o manejo orgânico do solo apresentou maior variedade de micróbios, um indício de que o ecossistema foi mais resiliente. Os resultados foram publicados na revista “PLoS One”.

Morangos orgânicos e produtos orgânicos são mais seguros e mais saudáveis do que os produtos convencionais, o que significa uma compensação clara aos seus custos mais elevados.

A pesquisa “Fruit and Soil Quality of Organic and Conventional Strawberry Agroecosystems“, publicada na PLoS ONE está disponível para acesso integral, no formato HTML. Para acessar a pesquisa clique aqui.

Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract:

Reganold JP, Andrews PK, Reeve JR, Carpenter-Boggs L, Schadt CW, et al. 2010 Fruit and Soil Quality of Organic and Conventional Strawberry Agroecosystems. PLoS ONE 5(9): e12346. doi:10.1371/journal.pone.0012346

Background
Sale of organic foods is one of the fastest growing market segments within the global food industry. People often buy organic food because they believe organic farms produce more nutritious and better tasting food from healthier soils. Here we tested if there are significant differences in fruit and soil quality from 13 pairs of commercial organic and conventional strawberry agroecosystems in California.

Methodology/Principal Findings
At multiple sampling times for two years, we evaluated three varieties of strawberries for mineral elements, shelf life, phytochemical composition, and organoleptic properties. We also analyzed traditional soil properties and soil DNA using microarray technology. We found that the organic farms had strawberries with longer shelf life, greater dry matter, and higher antioxidant activity and concentrations of ascorbic acid and phenolic compounds, but lower concentrations of phosphorus and potassium. In one variety, sensory panels judged organic strawberries to be sweeter and have better flavor, overall acceptance, and appearance than their conventional counterparts. We also found the organically farmed soils to have more total carbon and nitrogen, greater microbial biomass and activity, and higher concentrations of micronutrients. Organically farmed soils also exhibited greater numbers of endemic genes and greater functional gene abundance and diversity for several biogeochemical processes, such as nitrogen fixation and pesticide degradation.

Conclusions/Significance
Our findings show that the organic strawberry farms produced higher quality fruit and that their higher quality soils may have greater microbial functional capability and resilience to stress. These findings justify additional investigations aimed at detecting and quantifying such effects and their interactions.

Citation: Reganold JP, Andrews PK, Reeve JR, Carpenter-Boggs L, Schadt CW, et al. (2010) Fruit and Soil Quality of Organic and Conventional Strawberry Agroecosystems. PLoS ONE 5(9): e12346. doi:10.1371/journal.pone.0012346

Editor: Hany A. El-Shemy, Cairo University, Egypt

Received: November 28, 2009; Accepted: July 23, 2010; Published: September 1, 2010

Copyright: © 2010 Reganold et al. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.

Funding: The project was supported by the United States Department of Agriculture through the National Science Foundation/U.S. Department of Agriculture Microbial Observatories Program, the Department of Energy Office of Biological and Environmental Research, and The Organic Center. The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.

Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist.

* E-mail: reganold{at}wsu.edu

EcoDebate, 15/09/2010
[T]

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2 thoughts on “Pesquisa conclui que morangos orgânicos são mais nutritivos que os convencionais

  • “o que significa uma compensação clara aos seus custos mais elevados” é o cacete! Os produtos orgânicos não utilizam defensivos químicos nem fertilizantes inorgânicos, portanto não podem e não devem, pela ética, serem mais caros que os convencionais.

    Dizer que eles são mais caros por causa dos benefícios é um crime contra a humanidade, ou pura jogada de marketing, desmerecendo o real valor dos alimentos orgânicos.

    Resposta do EcoDebate:

    Caro Anderson, os produtos orgânicos são em geral mais caros que os convencionais e isto ocorre em escala global. Existem várias razões para isto. De uma forma ou de outra, o estudo confirma que, mesmo que seu preço seja maior, o ganho em termos de valor nutricional mais do que compensa.

    É um dos caso em que preço, valor e custo não se confundem.

    Atenciosamente

    Henrique Cortez
    coordenador editorial do Portal EcoDebate

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