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Artigo

Nós e nossos irmãos animais: Cara de um, focinho do outro, artigo de Américo Canhoto

[EcoDebate] Lendo noticia sobre queixas registradas de ataque de cães contra pessoas – seis ao dia – publicada no jornal Diário da Região de SJRP (SP), neste domingo (2/5/10), fiquei preocupado. Esses ataques devem ocorrer em maior número; pois, na maioria dos casos onde as vítimas não apresentam grandes lesões nem é prestada queixa – os principais alvos de ataques costumam ser idosos e crianças; não é raro que ocorram mortes. Está em andamento no senado a aprovação de lei cuja finalidade é responsabilizar os donos dos animais em casos de ataques e extinguir algumas raças mais agressivas, através da esterilização.

Estarão os animais tornando-se mais agressivos? Aumentou o número de pessoas que adotaram os chamados cães de guarda, em virtude do aumento da violência e dos roubos?

Somos especialistas em deturpar conceitos usando quem não pode se defender para projetar nossos distúrbios psicológicos e nossas malformações sociais e de berço. No caso, usamos expressões que não traduzem a verdade com relação aos cães; expressões do tipo: “soltar os cachorros em cima de fulano”(no caso, dizer um monte a essa pessoa – agredi-la) – “Cães de guerra” (para nos referirmos a pessoas agressivas e sem sentimentos), – “Cachorrada” (para exprimir traição), etc.

Minha real preocupação com esta fase em que vivemos, é que o comportamento dos cães espelha o comportamento humano.

Nossas espécies se afetam tão mutuamente no processo evolutivo, que usamos expressões dúbias para exprimir nossa interação: “melhor um cachorro amigo do que um amigo cachorro”.

O animal, no caso o cão, reflete o subconsciente das pessoas com quem convive e até da comunidade a que pertence. De maneira parecida como acontece na própria espécie humana com as crianças nos primeiros anos de vida – nessa fase o subconsciente tem predomínio; ele funciona como um scanner absorvendo as influências do meio ambiente; e até alterando a parte energética do DNA com repercussão no físico – Exemplo, filhos adotivos depois de alguns anos adotam as feições dos novos pais. Vale a mesma coisa para animais; quando colocamos sob nossa guarda um cão, ele adota alguém da família como modelo e o copia de forma subconsciente – volta e meia nos espantamos na rua ao nos depararmos com animais parecidos ao extremo com o dono; do jeitão á forma de andar – e se não nos vigiarmos, vamos dizer: – Nossa, cara de um focinho do outro!

Na relação com os animais temos mais a aprender ou a ensinar?

Depende. Quem tem um cão em casa, pode simplesmente treiná-lo bem ou mal; ou até “ensinar-lhe” alguma coisa enriquecendo a bagagem subconsciente do animal; mas, acima de tudo pode aprender muito ao utilizá-lo como espelho no processo de descobrir-se a si mesmo; e a entender como funciona sua vida pessoal e familiar.

Há animais mal cuidados (estilo cão sarnento da periferia) e animais bem cuidados; há os até cuidados de forma perdulária como o “cachorro de madame” – Mostre-me seu cão que eu te direi quem és! – podemos incorporar esse mote ao nosso dia a dia – para aprender um pouco sobre quem é aquela pessoa: como pensa, sente, vive, se comporta e quais são seus valores; daí, analise tanto o aspecto quanto o comportamento do seu cão.

Psicólogos logo vão começar a pedir um relatório do veterinário ou para os clientes levarem seu cão ás consultas; pois eles podem dar dicas muito importantes a respeito dos donos – nossos amigos tem mil e uma utilidades.

Ser vivente é um processo contínuo de incorporação de conhecimentos e habilidades e, principalmente de reciclagem da personalidade, e do padrão de atitudes; nessa tarefa o animal pode ser muito útil se usado com consciência.

O assunto é muito vasto e fascinante; mas, vamos nos ater apenas a algumas observações para despertar no leitor a curiosidade pelo assunto – e claro; o respeito pela vida e pelo animal.

Frases como estas deixam expostos seus autores:

Não gosto de animal! Cabe aí uma reflexão urgente a respeito da afetividade, do senso de doação e de responsabilidade.

Dei meu cão, ele dava muito trabalho!
Forte dica de oportunismo; nenhum ser vivo é descartável. Sinaliza pobreza de engajamento afetivo. Se estiver prestes a se relacionar com essa pessoa; prepare-se para ficar na mão se precisar de um tipo de ajuda concreta.

Antes que alguém se deprima lendo o bate papo:
Claro que cada raça apresenta comportamentos e características inerentes a ela mesma e diferentes das outras; mas, acima de tudo; assim como cada um de nós, cada animal é um universo particular; com sua própria personalidade, seu jeito de ser, aprender e se comportar; assim como nossos filhos são diferentes; mesmo sendo educados da mesma forma; nenhum dos cães de uma mesma ninhada é igual aos outros.

De modo geral, o que torna um animal agressivo é a agressividade latente ou externada do dono.

Nossos animais também refletem nossos filhos; cães criados ao léu, sem muita atenção e carinho passam a apresentar distúrbios de comportamento – a sorte deles, é que não tem acesso a bebida (tem cachorro chegado numa cervejinha), cigarro, drogas; apenas passam a comer coisas estranhas ou a engordar por ansiedade.

Noutra situação: Numa mesma casa, animais que não conseguem conviver; pois sempre haverá um dominante; refletem uma família problemática; onde as pessoas vivem em pé de guerra declarada ou camuflada.

Mas também, há casas onde gatos, cães, pássaros convivem em harmonia; pode confiar nos seus habitantes, são pessoas do bem; ecologicamente saudáveis; quase xamãs.

Se seu cão é daqueles sorrateiros que mordem o tornozelo das pessoas ou a perna por trás; chegam assim como quem não quer nada e nhac – vigie sua tendência para ser traíra; evite fazer negócios e tratos até com você mesmo. Se o cachorro de seu colega de trabalho faz isso com você; cuidado.

Claro que é preciso analisar quem foi o modelo que o animal adotou – mas, mesmo cães antes abandonados e maltratados quando recebem amor, respeito, carinho e cuidados decentes; são passíveis de recuperação assombrosa; assim como nós os quase humanos.

É tão visível a influência da personalidade humana nos bichos a ponto de hoje haver cães: que sofrem de carência afetiva doentia; gravidez psicológica; depressão; angústia; pânico; peripake; transtorno bipolar; esquizofrenia; e até personalidade psicopata como a desses que agridem as pessoas.

Seu subconsciente é mais puro; ainda não foi contaminado por intereses. Daí, eles são capazes de ler pensamentos e de sentir as emoções e sentimentos com mais rapidez e intensidade – é fácil comprovar essa habilidade deles – Exemplo, preste atenção como o animal sabe se estás triste ou alegre e até doente sem que manifestes – ele apenas sabe.

Sua linguagem é mais avançada que a nossa; e sem que a maioria das pessoas perceba; eles conversam entre si. Se aprendermos a linguagem deles conversam conosco.

São dotados de sentidos mais apurados do que os nossos: visão; faro; olfato; sua capacidade de audição é superior á nossa. Teu amigão conhece o ruído do motor do teu carro a quarteirões de distância.

A maioria enxerga e ouve coisas que não vês, como: desencarnados, ETs e elementais. Podem e são úteis em desobsessão; muitos desencarnados tipo “encosto” não sabem que desencarnaram e têm medo deles; aí eles evitam tua casa – por outro lado; se com freqüência os cães te estranham, vai buscar ajuda; pois algum cara do lado de lá pode estar tirando uma da tua cara e provocando os bichos; depois se esconde atrás de você e adivinha quem vai ser atacado?

São curadores por natureza:
Se teu gato começa a se enrolar demais nas tuas pernas; se teu cão não pára de te lamber; melhor fazer uma checagem médica; pois, provavelmente aí vem doença.

Experimenta não levar teu cão para passear depois da primeira vez.

As doenças dos bichos podem despertar algumas famílias mais ligadas para a correção tanto da dieta do bicho quanto para a da própria.

Sua tendência ao desprendimento é notável: Eles costumam executar uma drenagem de miasmas e energias deletérias; daí que adoecem muitas vezes para livrar a cara dos donos de: câncer; problemas respiratórios; calculo renal; dermatites; hipertensão; insuficiência cardíaca, etc.

Também, como vivem menos do que nós; eles nos avisam através das suas doenças; a respeito das que provavelmente os donos apresentarão; em breve futuro ou mais á frente. Ou até, para se prepararem como cuidadores de familiares e pessoas que sofrerão de doenças parecidas.

Preste atenção nas doenças que seus cães apresentam; do que morrem; e fiquem atentos, pois pode ser um sinal.

Se teu cão amigo está apático, triste, não faz festa quando te vê; pode estar sinalizando que não estás dando atenção a ele como em outros tempos – e, provavelmente também estejas fazendo o mesmo com as pessoas que esperam um pouco da tua atenção; quem sabe de carinho, e até de amor – como costuma ocorrer com as crianças que adoecem seguidamente; quase sempre estão sendo mal nutridas de afeto, atenção e amor.

Há muito a comentar e a desvendar em nossa relação com os animais.

Mas, voltando ao assunto inicial.

Esse aumento do número das ocorrências e da gravidade delas; sinaliza que há necessidade; não apenas penalizar os donos de cachorros que atacam e ferem – Mas de uma profunda reflexão a respeito do nosso comportamento social, psicológico e afetivo; sem que aumente de forma drástica as agressões entre nós.
Nossos colegas de progresso cósmico que compartilham conosco a vida em Gaia; estão nos avisando; e, quem avisa: amigo é.

Quem não gosta de animais não sabe o que está perdendo.

Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.

* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 07/05/2010

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2 thoughts on “Nós e nossos irmãos animais: Cara de um, focinho do outro, artigo de Américo Canhoto

  • Sensacional o texto de Américo Canhoto. Concordo com cada palavra. Tenho um cachorrinho e ele realmente se parece comigo, até no defeito, o de sentir muito sono. Quando criança eu queria cuidar dos animais, aprendi com minha avó e até hoje, aos 38, tenho esse amor. Detesto quem trato mal os animais. Essa semana, presenciei o vizinho de meu namorado agredindo uma cadela. Ela simplesmente pegou um pano de chão para deitar e o infeliz bateu na cabeça dela com seu chinelo. Não aguentei e o chamei de “louco”, mesmo sendo ele futuro sogro de minha cunhada. Vamos aprender com os animais. Esses mesmo em briga larga o que é mais fraquinho e vai embora.
    Abraços.

Fechado para comentários.