Maricá, RJ: Em luto e lutando por esta Cidade, carta denúncia de Ana Paula de Carvalho

Meu nome é Ana Paula de Carvalho, engenheira sanitarista, mãe de dois filhos menores e hoje residindo em Maricá por opção de qualidade de vida, opção esta que me pareceu favorável na ocasião em que me mudei para este município. Não é novidade que Maricá vai de encontro a todas as expectativas negativas de progresso e evolução.

Entretanto, o que me leva a escrever hoje esta carta é o fato de precisar contar uma fato acontecido comigo hoje. Acordei cedo como sempre faço e peguei meu filho para levá-lo á escola onde faria provas uma vez que está impossibilitado de freqüentar as aulas devido á abertura do canal entre a lagoa e o mar, mas em acordo com a escola me foi permitido que ele fizesse as provas. Como precisava tratar de outras coisas, inclusive de interesse do município, me dirigi á prefeitura.

Aproveitando que estava por perto me fui á Câmara dos Vereadores para obter informações sobre horários das reuniões da Comissão de Meio Ambiente. Ao chegar ao local reconheci o repórter da TV Copacabana, e como o mesmo já havia publicado outras cartas minhas, mas não nos conhecíamos pessoalmente fiz questão de me apresentar e que cordialmente me apresentou ás pessoas presentes, inclusive o vereador Paulo Maurício de Carvalho.

O repórter sabendo do conteúdo das minhas cartas me perguntou como estava o qual respondi prontamente que o problema de acesso persistia e que trazia grandes transtornos á população do outro lado do canal agora ilhada pela sua abertura. O vereador então já alterado (provavelmente por motivos que interessam a ninguém) tomou a palavra e aos berros afirmou que houve manifestação positiva de moradores com a abertura do canal, o qual eu respondi que pode até ter havido algum entusiasmo entre partidários que ali estavam apenas com este objetivo, uma vez que a realidade prova que está sendo um erro manter o canal aberto nas condições e forma como aconteceu.

Não satisfeito em ouvir o comentário de uma cidadã que estava ali de passagem, que era eu, exaltou-se mais ainda, em virtude disso e não disposta a outros tipos de comportamento e com o assunto se encaminhado para um embate, aproveitei para me despedir do repórter assim como dos demais muito brevemente e segui em direção aos meus afazeres, quando surpreendentemente ouvi do vereador em questão ainda aos gritos para que eu não lhe virasse as costas enquanto ele falava, como não olhei para trás seguiu-se daquela boca imunda um “Então vai á merda”.

O Vereador poderia ter economizado as palavras pois nela eu já estou desde que me mudei para cá, além disso acredito que o animal (tipo paquiderme) deve ter pensado que estava falando com a mãe dele ou esposa (se a tem, geralmente este tipo de sujeito não tem muita virilidade), como se pode ver o retrato de Maricá é este, políticos e funcionários públicos discutindo assuntos desinteressantes em botequins que era onde se encontravam nesta ocasião.

Pois saibam que não compactuo com qualquer tipo de canalhice conforme venho expondo através dos meios de comunicação disponíveis e não vou parar. Pessoas (se é que as podemos chamar assim) que tem tal comportamento deveriam estar em pocilgas que são os lugares mais adequados, vamos sim continuar fazendo com que a população venha a tomar atitudes e coloque toda essa canalhada para fora aos pontapés.

E, me sinto horrorizada ao ver um Vereador, aquele que deveria acolher sugestões, idéias e muito mais dos munícipes, em resumo ouvir suas histórias, o mesmo começou a proferir aos berros, com palavras de baixo calão e pior querendo dizer que o que milhares de pessoas estão passando entre Guaratiba e Ponta Negra são reclamações de “barriga cheia”, bem no momento a única barriga cheia é a dele, que inclusive ao invés de estar esperando e trabalhando no seu gabinete, está no boteco ao lado da câmara.

O berrar dele, e as palavras usadas, e tantas vezes o mesmo sendo reeleito mostra a coação por subordinação da população, tudo que se fala sobre qualificação desta pessoa, é irreal: Grande fiscalizador do município? Quadras poliesportivas? Atuando na reinvindicação da população? Saneamento?

Ah! Pode ser o saneamento, pois o Bairro da Divinéia e Barra de Maricá, tem um grupo permanente de varrição de ruas e capina rotineira, já vi dois caminhões de coleta se encontrar na mesma rua quase se chocando, aqui em Cordeirinho desde terça passada sequer houve uma coleta, nem vou entrar novamente sobre uma questão e de outra carta anterior sobre moscas. Neste ponto no saneamento, o Bairro dele e de outros, secretários, prefeitos e políticos (Divinéia e Barra de Maricá) estão em franca expansão.

Também acredito nas palmas que ele falou, no momento da abertura do canal, que todos amaram. Sim todos da Barra e Divinéia, fregueses e turistas não passam mais direto, é sem saída! Fizeram até uma piscininha. (E, os comerciantes de Cordeirinho, Guaratiba que agora pagam mais caro para terem produtos de primeira necessidade e nem vias de acesso foram devidamente sinalizadas como o caminho de Ponta Negra (inclusive a RJ106 neste trecho), assim como nem uma melhoria no caminho por Bambuí!

A prostração destes indivíduos me impulsionou ainda mais para esta luta, e digo luto por Maricá. Vou lutar pelo que acredito não me baixarei ao nível de tal, mas lutarei com todas as armas.

Quero uma Maricá digna, ética, desenvolvida, elegante, democrática, igual, sem preconceitos, funcional, saneada, fazer daqui um ícone, um exemplo de eficiência, e sei como fazer isto.

Jamais me imaginei em políticas, mas hoje inicio a repensar nisto, quero defender o que acredito, não quero ser o bom e omisso, não quero proboxideos ungulados letárgicos fazendo panelinhas em detrimento de uma população tão sofrida!

Por uma Maricá sem corruptos lanço aqui, hoje o “Eu LUTO por Maricá!”. Estou providenciando os adesivos para distribuir na próxima oportunidade, em breve segue o layout do mesmo. Esta será minha bandeira!

Abraços

Ana Paula de Carvalho, apc_anapaula{at}hotmail.com
Em luto e lutando por esta Cidade.

EcoDebate, 28/04/2010

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