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Pesquisa mundial estima que milhões de tartarugas morreram em redes de pesca nas últimas décadas

Pesquisa mundial estima que milhões de tartarugas morreram em redes de pesca nas últimas décadas

Milhões de tartarugas marinhas foram mortas nas últimas duas décadas após ficarem presas em equipamentos de pesca, de acordo com uma pesquisa mundial publicada na revista científica Conservation Letters (“Global Patterns of Marine Turtle Bycatch,” Bryan P. Wallace, et al, Conservation Letters. doi: 10.1111/j.1755-263X.2010.00105.x).

Descrita como a primeira análise global de dados disponíveis sobre o assunto, a sondagem, realizada por pesquisadores da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, analisou dados de capturas ocorridas em diversas regiões globais por conta de três equipamentos de pesca: as linhas longas, arrastões e redes.

O estudo afirma que entre 1990 e 2008 foram registradas 85 mil capturas acidentais de tartarugas. A pesquisa revelou índices particularmente altos de mortes desse tipo no Mar Mediterrâneo e no leste do Oceano Pacífico. Reportagem de Richard Black, especialista de meio ambiente da BBC News, com informações complementares do EcoDebate.

Segundo o pesquisador Bryan Wallace, que liderou o estudo, a situação das tartarugas no mundo é um bom indicador sobre as condições gerais da saúde dos oceanos.

De acordo com ele, apesar do alto número de capturas levantado pelo estudo, a quantia representa uma pequena fração do número total.

“Porque os documentos que observamos cobrem menos de 1% de todas as frotas, com pouca ou nenhuma informação sobre pequenas empresas, nossa estimativa conservadora é de que o número real de tartarugas capturadas acidentalmente em redes de pesca esteja não em dezenas de milhares, mas sim em milhões”, disse ele.

Alternativas

As tartarugas marinhas precisam subir à superfície para respirar. Quando enroscam em uma rede ou anzol, elas não conseguem subir à superfície e se afogam.

O estudo afirma que uma mudança nos equipamentos de pesca pode ter um impacto significativo no número de animais capturados e mortos.

Os pesquisadores sugerem, por exemplo, a substituição dos anzóis convencionais, em forma de gancho, pelos anzóis circulares. Além disso, a pesquisa recomenda ainda o uso mais abrangente de materiais conhecidos como dispositivos de exclusão de tartarugas (DET) , que previnem a entrada dos animais nas redes de pesca e permitem que escapem, caso sejam capturados.

Alguns países exigem que as companhias de pesca usem dispositivos para reduzir a captura acidental de outras espécies, mas algumas empresas resistem à ideia alegando que teriam seus lucros reduzidos.

Seis entre os sete tipos de tartarugas marinhas estão na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.

Acredita-se que o número de espécies da tartaruga de couro, capazes de crescer mais de 2 metros, tenha diminuído em mais de 75% entre 1982 e 96.

As tartarugas marinhas sofrem ainda outras ameaças como mares poluídos com sacos plásticos e a perda de seus habitats naturais.

O artigo “Global Patterns of Marine Turtle Bycatch,” Bryan P. Wallace, et al, Conservation Letters. doi: 10.1111/j.1755-263X.2010.00105.x está disponível para acesso integral no formato HTML. Para acessar o artigo clique aqui.

Para informações adicionais transcrevemos, abaixo, o abstract.

Global patterns of marine turtle bycatch
Bryan P. Wallace 1,2 , Rebecca L. Lewison 3 , Sara L. McDonald 2 , Richard K. McDonald 2,4 , Connie Y. Kot 2,5 , Shaleyla Kelez 2 , Rhema K. Bjorkland 2 , Elena M. Finkbeiner 2 , S’rai Helmbrecht 2 , & Larry B. Crowder 2
1 Global Marine Division, Conservation International, Arlington, VA 22202, USA 2 Center for Marine Conservation, Duke University Marine Laboratory, Beaufort, NC 28516, USA 3 Department of Biology, San Diego State University, San Diego, CA 92182, USA 4 University of Richmond, Richmond, VA 23173, USA 5 Marine Geospatial Ecology Lab, Duke University, Durham, NC 27708, USA
Correspondence
Bryan P. Wallace, Global Marine Division, Conservation International, 2011 Crystal Drive, Arlington, VA 22202, USA. Tel: +703-341-2663; fax: +703-979-2873. E-mail: b.wallace@conservation.org

Editor: Dr. Nicholas Dulvy
Copyright ©2010 Wiley Periodicals, Inc.
KEYWORDS
Bycatch rates • fisheries bycatch • fishing effort • gillnets • longlines • marine conservation • marine megafauna • marine turtles • trawls
ABSTRACT

Fisheries bycatch is a primary driver of population declines in several species of marine megafauna (e.g., elasmobranchs, mammals, seabirds, turtles). Characterizing the global bycatch seascape using data on bycatch rates across fisheries is essential for highlighting conservation priorities. We compiled a comprehensive database of reported data on marine turtle bycatch in gillnet, longline, and trawl fisheries worldwide from 1990 to 2008. The total reported global marine turtle bycatch was ?85,000 turtles, but due to the small percentage of fishing effort observed and reported (typically <1% of total fleets), and to a global lack of bycatch information from small-scale fisheries, this likely underestimates the true total by at least two orders of magnitude. Our synthesis also highlights an apparently universal pattern across fishing gears and regions where high bycatch rates were associated with low observed effort, which emphasizes the need for strategic bycatch data collection and reporting. This study provides the first global perspective of fisheries bycatch for marine turtles and highlights region–gear combinations that warrant urgent conservation action (e.g., gillnets, longlines, and trawls in the Mediterranean Sea and eastern Pacific Ocean) and region–gear combinations in need of enhanced observation and reporting efforts (e.g., eastern Indian Ocean gillnets, West African trawls).

Received 18 September 2009; accepted 18 February 2010.
DIGITAL OBJECT IDENTIFIER (DOI)
10.1111/j.1755-263X.2010.00105.x

EcoDebate, 08/04/2010

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