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Artigo

COP 15: O fiasco foi falta de edução para a vida, artigo de Américo Canhoto

TODOS SOMOS RESPONSÁVEIS

[EcoDebate] Claro que cada um de nós espectadores enxergamos o evento segundo nossa visão de mundo, medimos o resultado segundo as expectativas que criamos, e, avaliamos os participantes com nossos próprios valores – Será que há uma inteligência de valores conforme as há de emoções, religião, afetividade, política e até sexual?

Mas, fiasco: é o termo que melhor define o evento climático deste marcante 2009 (esperemos para ver o que virá para um mais acelerado 2010 do que o já pé na cova 2009, e, daí em diante) – Deu tudo errado, a começar pela escolha do local: Que preocupações climáticas e de subsistência da vida têm os organizadores? – O COP 15 já começou desfocado; o local escolhido deveria ter sido na África bem na Linha do Equador prá ninguém ficar puxando a sardinha pro seu lado – Pois algo tão importante deveria extrapolar a condição de evento financeiro, cultural ou turístico – Dos ativistas (tirando os baderneiros locais, os punks e semelhantes) quem deu a cara prá bater e até foi preso? Dinamarqueses da gema? Ou jovens de outros locais que viajaram até lá? – Claro que cada um com suas intenções básicas.

Mas, o gran finale ficou por conta dos chefes de estado e assessores – Cada um do seu jeito: falhou – letrados ou não, pós-graduados ou semi-letrados – Claro que no tribunal cósmico cada um vai responder pela sua falta de competência (afinal; quem não tem competência que não se candidate a nada como representante de um povo ou de um grupo) – Quem lá esteve sem fazer por merecer vai pagar; pois, a inércia, a falta de competência e o oportunismo são crimes inegáveis e inafiançáveis contra a humanidade no tribunal intergaláctico.

FOI FALTA DE EDUCAÇÃO O QUE FIZERAM COM GAIA NA COP 15!

Por que o fiasco da COP15; foi falta de educação dos envolvidos no evento?

Essa é uma longa estória; mas: não faz tanta diferença entre letrados ou não. A primeira falha tanto nos países de primeiro mundo quanto no resto, é a falta de compreensão do que seja realmente educar. Para uma parte de nós, em qualquer lugar do planeta; abaixo ou acima da linha do Equador, educar um filho é um paradigma mais ou menos do tipo: “vem aqui que eu vou te dizer umas coisas…”. Ou proporcionar um banco escolar onde possa sentar-se boa parte da vida para receber instrução: informações nem sempre verdadeiras ou úteis, e o pior, é que, boa parte; não serão postas em prática nem incorporadas ao acervo de conquistas íntimas.

No herdado e transmitido sistema de viver de forma descuidada; cada vez mais globalizada; pequenos deslizes tornam-se graves e dolorosos problemas.

Retornando ao assunto que levou ao fiasco da COP15:

A metodologia humana de ir levando a vida e, sobrevivendo do jeito que dá; sem parar para pensar, é absorvido pela criança como se fosse um comportamento “normal”, no qual conceitos são repassados geração a geração como se fossem verdades absolutas.

Essa atitude coletiva nos aprisiona como pobres ou pedintes de favores em todos os patamares da vida; desde a dependência espiritual á da máquina insaciável dos governos e das corporações.

A dependência gerada pela pobreza psíquica nos torna escravos até de débitos que, não solicitamos ao nascer para sermos felizes ou não (depende do sistema de crenças que nos seja imposto) – Carecemos até de inteligência religiosa; outra encrenca coletiva das boas; que o digam judeus e muçulmanos – Somos iludidos e tratados como gado, ovelhas, rebanho conduzido por pastores; seja acreditando em perdão e castigo negociados com a divindade ou pagando tributos e impostos indevidos á incompetência e ganância dos que apenas se mantêm ás custas da falta de uma educação que desenvolva a inteligência crítica em todos os sentidos: ecológica, emocional, afetiva, religiosa, política, etc.

Além disso, o que é reforçado e repassado de uma geração a outra, cada vez mais rápido e com mais intensidade pela mídia, são as características de personalidade e de caráter que seria interessante descartar através da própria educação: mentira, oportunismo, agressividade, calúnia, maledicência, orgulho, inveja, traição, intolerância; ou seja: as características dos normais expressos na mídia através da TV, do rádio e de toda a forma de expressão e comunicação da atualidade.

O esperado pela ação da educação do ser vivente, é que fossemos estimulados a desenvolver aspectos como paciência, tolerância, respeito, simplicidade, senso de ética e de justiça – qualidades muito valorizadas na teoria; porém sem valor na forma de viver que cultua o egoísmo e o orgulho capitalista de estar sempre á frente e de consumir mais que o outro – quer queiramos; admitamos ou não a base do fiasco do evento sobre o clima foi falta de educação. Os noticiários de todos os tipos e lugares do planeta, a cada instante, são recheados de situações decorrentes desse paradoxo. Exemplo: uma criança a quem, sistematicamente, se pede para ir ao mercado comprar alguma coisa, mas que para isso, para executar essa tarefa fique com o troco para comprar uma guloseima; mais tarde pode freqüentar os noticiários como um deputado, presidente, senador ou um policial que suborna ou subornou. Depois, os que participaram da sua educação fingem que não tem nada a ver com isso; quem não conhece o popular chavão da mãe dos políticos da vida (isso, para os que têm pai presente ou não; conhecido ou desconhecido): “Não foi isso que eu ensinei!” (Com a palavra os pais dos governantes de destaque e, os dos FP que poderiam fazer a diferença).

Claro que, para que aprendamos: a lei de retorno seja flexível; permitindo pequenos descuidos, pequenos problemas e até incríveis dificuldades a serem superadas. Mas, usamos mal essa tolerância (tão mal colocada no conceito de adaptação entre os estudiosos da ecologia), e, durante um tempo, atiramos a, culpa, em algo ou alguém fugindo da responsabilidade – Tal e qual: as catástrofes naturais ou pior: a natureza está se vingando do ser humano! – Claro que não; embora “o saco de Deus” ou a paciência da vida tem limites – e, um dia, em algum lugar no futuro, teremos que prestar contas á própria consciência do que oferecemos aos que a vida nos confiou como filhos ou pessoas que estão sob nossa responsabilidade em Gaia; devemos nos preocupar, especialmente quando, aos olhos do mundo estiverem bem sucedidos. Tudo isso, está posto de forma simples e inteligente por Jesus e outros Avatares.

Nada mais será como antes:
Até alguns poucos anos, o sistema educacional formal e informal mesmo aos trancos e barrancos dava a impressão de funcionar a contento; no entanto, nesta fase de aceleração, fica evidente a necessidade de mais cuidado ao fazermos escolhas e ao executá-las; pois, como já dissemos antes, causa e efeito começa a sair na foto, sinalizando que, não basta conhecimento; sobretudo é necessário aplicá-lo com urgência – Olá Obama! Que no fiasco do game da COP15 continua levando “chapéu” do Lula, Evo Morales e outros (cabe á torcida local ver e cobrar se vão fazer o gol ou ficar nas firulas verbais – vão merecer marcação cerrada para provar o que disseram; jogando em casa); no jogo que pode representar a continuidade da vida em 3D.

O que nos levou a essa enrascada?
Conforme colocamos em nossos escritos já publicados – tudo depende da educação que faça uso dos recursos pedagógicos que estão no dia a dia.

Geração após geração, nós criamos a necessidade até obsessiva de apego ás sensações físicas, ao ego e orgulho de consumir mais do que o outro;; base de sustentação do capitalismo.

Hábitos alimentares podem servir de exemplo tanto da realidade do que seja obsessão e falta de competência para viver na época atual; quanto da lentidão em nos reciclarmos. Nada mais difícil para os primatas da atualidade quanto reciclar os hábitos de alimentação. Mudamos muito pouco de uma geração a outra sob circunstâncias bem diferenciadas (a vovó que parou no tempo; e se torna uma pessoa também muito responsável pela problemática atual; premia todos os dias os netos com guloseimas; pessoa normal que é, iniciante na vida moderna de consumo, esquece que na sua infância elas representavam o objeto do desejo recebido lá de vez em quando em ocasiões especiais, não suficientes para causar danos á saúde e ao meio ambiente).

Analisemos entre nós, a tendência de consumo de carboidratos (arroz e feijão, por exemplo), antes, predominava o trabalho braçal; na atualidade, mesmo os que levam uma vida de pouco ou nenhum uso do corpo mantém os hábitos herdados, associado á parafernália das guloseimas e do fast-food – O resultado podia ser previsto; não foi; nem está sendo – Daí, mais uma das saudáveis e naturais tragédias anunciadas; materializado num aumento da incidência de diabetes em todas as idades e de obesidade infantil entre todas as classes sociais, a ponto de tornar-se um sério problema de saúde publica. As facilidades para que as crianças consumam guloseimas hoje são fantásticas em comparação com a época em que seus familiares (geração velha) foram criados. Motivados por interesses variados os que poderiam fazer alguma coisa (alguns da geração nova); omitem-se. E os poucos que se preocupam em mudar a sistemática do que, como e quando comer esse tipo de alimentos; discursam para uma platéia surda; depois, não adianta chorar e correr atrás de milagres – como exemplo mais forte no presente: a obesidade, em cuja busca de solução campeia despudoradamente a picaretagem. Deve ficar claro que ela para a maioria, maioria mesmo, dessas crianças é um caminho sem volta e um atalho em direção ao túmulo (para Gaia: dos males o menor); nenhum recurso mágico vai eliminar em dias, um trabalho cotidiano realizado durante muitos anos de formação de hábitos alimentares; pois eles não se modificam num passe de mágica; neste exemplo e comentário, a intenção não é a de criticar; muito menos despertar culpas e remorsos; mas de alertar para que façamos as pequenas, simples, gratuitas e possíveis mudanças nas atitudes do cotidiano; pois o Planeta agradece e muito. Transfira esse raciocínio para os problemas da Terra: nenhum acordo entre chefes de governo quase tribais ou mais avançados não adiantará de nada; caso não seja posto em prática, hoje – referendado pela população nas atitudes mais simples e corriqueiras.

A SAÚDE DO PLANETA NÃO PODE SER COMPRADA!

Nem a sua.
Nestas nossas conversas, algumas repetições de conceitos são inevitáveis, pois representam as leis que regem nossa evolução; podemos dar mil voltas, mas sempre somos obrigados a retornar a elas. Nossa contribuição será a de ofertar material para reflexão vivido entre quatro paredes de um consultório e fora dele para que a sucessão de pequenos descuidos não se transforme num problema de lenta e sofrida resolução.

Quem serão os culpados pelo sucesso ou fracasso das negociações do COP15? – Não apenas os mal educados aspones e seus chefes de estado; mas, seus pais, professores, chefes de estado anteriores, políticos, profissionais da justiça, da medicina…; enfim: todo os que participaram de sua cultura.

Mas:
Antes de criticar os que lá estão; vamos fazer uma retrospectiva do que fizemos para contribuir para o sucesso ou a falta dele na COP 15.

Para nos lembrarmos de quem somos: Vítimas de hoje; algozes não redimidos de ontem.

Vamos nos redimir: Cobrar e fazer.

Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.

* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 22/12/2009

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