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COP 15: Negociador dos EUA reclama de grandes emergentes e defende que China, Índia e Brasil financiem suas ações

Todd Stern
Cada um paga com seu dinheiro: O negociador-chefe dos EUA, Todd Stern, classificou de passo construtivo o rascunho de acordo apresentado nesta sexta-feira (11), mas não gostou de omissão sobre medidas de países como China e Brasil com recursos próprios (Foto: AP/Anja Niedringhaus)

Primeiro esboço de acordo climático foi apresentado nesta sexta (11).

O negociador-chefe dos Estados Unidos na Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, Todd Stern, classificou de “passo construtivo” o rascunho de acordo apresentado nesta sexta-feira (11) , mas criticou a parte que propõe medidas de redução de emissões para países em desenvolvimento, porque não prevê que os grandes emergentes, como China, Brasil e Índia, tomem medidas com recursos próprios para reduzir suas emissões. “Não dá para ter essa discussão se os maiores países em desenvolvimento não assumirem um papel”, comentou. Reportagem de Dennis Barbosa, do G1, em Copenhague.

Os grandes países em desenvolvimento estão entre os maiores emissores de gases causadores do efeito estufa, mas não têm compromisso internacional de metas de redução.

O texto apresentado diz que as nações pobres devem empreender ações para alcançar um “desvio substancial” nas emissões da ordem de 15% a 30% até 2020 em relação àquelas que aconteceriam na ausência de qualquer tipo de mitigação, condicionando essas medidas ao recebimento de financiamento. Diz ainda que eles “podem empreender medidas de mitigação autônomas”.

Stern diz que os EUA não aceitam usar esta parte do texto como base para negociação. Para os ricos, o texto prevê compromisso para medidas de redução “legalmente vinculantes” (de cumprimento obrigatório).

O negociador-chefe do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, que participou da redação do rascunho, se mostrou confiante em relação a que ele sirva de base para a continuidade das negociações. Ele apontou que alguns países em desenvolvimento têm restrições ao trecho que propõe redução de emissões para os pobres. “O grupo dos países em desenvolvimento tem dificuldades em concordar com alguma faixa [de redução] sem estar clara a questão do financiamento para essas faixas”, afirmou.

O financiamento dos países ricos para que os pobres possam reduzir emissões de gases do efeito estufa e se adaptar às mudanças climáticas é uma das questões em que esses dois lados mais se embatem. Mesmo com o rascunho apresentado nesta sexta, a questão fica em aberto.

Ilhas

Com a apresentação do rascunho oficial de acordo, surgiu nesta sexta uma proposta extra-oficial da Aliança dos Pequenos Países-Ilha (Aosis), que tem 43 sócios entre os mais vulneráveis ao aquecimento global. Eles têm feito bastante barulho na conferência para pressionar por metas mais arrojadas de redução de emissões. Uma das exigências desses países é que se limite o máximo de aumento de temperatura a que o planeta deve chegar a 1,5°C acima da média da era pré-industrial.

O rascunho oficial apresentado na COP 15 deixa em aberto se o limite é de 1,5 ou 2 graus Celsius. Todd Stern disse que, embora respeite a preocupação dos países-ilha, não considera realista assumir o compromisso pleiteado por eles. “Temos que combinar ciência e pragmatismo”, apontou, lembrando que a proposta oficial prevê revisões regulares em que, futuramente, o limite poderia ser alterado.

Detenções

Enquanto a diplomacia climática não se entendia na Conferência do Clima, nas ruas de Copenhague 67 manifestantes dos movimento “Our Climate – Not Your Business” (Nosso clima não é sua mercadoria, em tradução livre) e “Don’t Buy the Lie” (Não Compre a Mentira) foram detidos por suspeita de que iriam cometer “atos ilegais”.

EcoDebate, 12/12/2009

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