Acessibilidade: A revolução bem sucedida dos empreendimentos e equipamentos turísticos, artigo de Carol Salsa
Símbolo internacional para Acessibilidade. Imagem Wikipédia
[EcoDebate] A indústria do turismo é, atualmente, o setor da economia produtiva que mais de expande em todo o mundo. Somente em 1998, a indústria de viagens e lazer, segundo a Organização Mundial de Turismo – OMT , movimentou em todo o mundo, mais de 635 milhões de pessoas, universo que injetou na economia uma cifra superior a US$ 439 bilhões.
Essa mais do que expressiva movimentação financeira, resultante da contínua expansão da atividade turística ao longo desta década, vem possibilitando aos setores públicos e privado desenvolver novos produtos, destinados a atender aos anseios e às necessidades dos diferentes segmentos que conformam o mercado consumidor.
Em virtude da multiplicação de nichos específicos de mercado, a indústria do turismo vem sendo submetida, no entanto, a exigências inúmeras. Muitas delas sequer imaginadas há até poucos anos. Como, apenas para citar um exemplo, a demanda crescente por produtos diferenciados como a pesca esportiva.
Torna-se fundamental adequar os produtos e serviços que formam a cadeia produtiva da indústria turística às necessidades objetivas e imediatas de segmentos específicos da população que, por razões diversas, ainda sofrem limitações para a prática do turismo.
Consciente de que os portadores de deficiência não são atendidos em suas necessidades mais elementares pela indústria brasileira do turismo, a Embratur, pioneiramente, delegou a um corpo de especialistas a tarefa de elaborar um inédito trabalho técnico no âmbito das atividades turísticas.
Obra desde já obrigatória, o “Manual de Acessibilidade de Pessoas portadoras de Deficiência a Empreendimentos e Equipamentos Turísticos” em todos os ambientes brasileiros. Este manual de acessibilidade é um guia preciso, seguro, que permitirá aos empreendedores do setor de viagens e lazer contemplar os seus equipamentos com as indispensáveis facilidades que garantirão, afinal, plena cidadania a quem até hoje, em virtude de conviver com condições físicas especiais, sejam eles momentâneas ou definitivas, não teve o direito de ter acesso aos bens fundamentais da indústria do turismo.
A Constituição Federal consagra o lazer como um dos direitos de todos os brasileiros. O turismo ( uma dessas atividades de lazer) é o que mais contribui para o alívio das tensões do mundo moderno, para o equilíbrio psicossocial do indivíduo e para a aquisição prática do conhecimento.
A par do aspecto social, o turismo é hoje, a principal atividade econômica, a que mais cresce e a que mais gera empregos no mundo.
O Brasil dispõe de, aproximadamente, 10% de sua população de portadores de deficiência marginalizada dos benefícios do turismo.
Sob o aspecto econômico, é um notável filão consumidor já descoberto pelos países mais desenvolvidos, que lhes oferecem programas atrativos e os têm como clientela prioritária.
No Brasil, contudo, dificuldades econômicas e culturais têm feito com que nossas autoridades públicas e empresários são tenham tido, ainda, a sensibilidade necessária para assegurar condições adequadas de infra-estrutura capazes de permitir a recepção e a acessibilidade aos portadores de deficiência em áreas, instalações, equipamento e serviços turísticos.
O manual preocupa-se em criar parâmetros de acesso ao portador de deficiência não só ao hotel, mas aos locais turísticos em geral, sugerindo adaptações, como rampas, patamares, portas e sinalizações especiais, que garantam a circulação e o acesso, interno e externo, a apartamentos, banheiros, calçadas, travessias, estacionamento e meios de transporte. O objetivo do manual é definir e fixar os padrões e critérios que visam propiciar, às pessoas portadoras de deficiência, condições adequadas e seguras de recepção e acessibilidade autônoma a edificações e equipamentos de interesse turístico.
O meio ambiente deverá, portanto, incorporar padrões e disponibilizar os equipamentos citados no manual para oferecer a todos os deficientes um ambiente digno de ser desfrutado.
FONTE :
Caio Luiz de Carvalho
Carol Salsa, colaboradora e articulista do EcoDebate é engenheira civil, pós-graduada em Mecânica dos Solos pela COPPE/UFRJ, Gestão Ambiental e Ecologia pela UFMG, Educação Ambiental pela FUBRA, Analista Ambiental concursada da FEAM.
EcoDebate, 10/10/2009
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