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A dois meses da COP 15 em Copenhague, reunião sobre clima em Bangcoc termina com poucos avanços

aquecimento global

Duas semanas de negociações sobre o clima conduzidas pela Organização das Nações Unidas terminaram ontem (9) em Bangcoc, na Tailândia, sem que delegados de cerca de 190 países chegassem mais perto de um acordo para complementar o Protocolo de Quioto, cujo primeiro período de compromisso vence em 2012. As informações são da BBC Brasil.

A menos de dois meses da reuniãomais importante do ano sobre o clima, marcada para dezembro na capital dinamarquesa, Copenhague, o secretário da Convenção da ONU para mudanças climáticas, Yvo de Boer, admitiu uma “contínua falta de clareza” em questões-chave para um possível acordo.

As principais “pedras no caminho” são estabelecer novas metas de emissões de carbono para os países desenvolvidos e definir uma “arquitetura financeira” para ajudar países mais pobres a realizar mudanças para combater as mudanças climáticas.

Cientistas afirmam que, para evitar uma elevação de 2ºC na temperatura do planeta, as nações industrializadas precisam, nos próximos dez anos, reduzir as suas emissões entre 25% e 40% em relação aos níveis de 1990.

Entretanto, as negociações têm ficado muito aquém disso, e o percentual acertado até agora não passa de 23%.

A proposta mais arrojada até o momento foi feita pela Noruega, que anunciou durante o encontro a meta de reduzir em 40%, comparado aos níveis de 1990, suas emissões de carbono até 2020 – coincidindo com o cenário mais ambicioso sugerido por cientistas.

Entretanto, nos Estados Unidos, um dos países líderes em emissão de poluentes, um projeto de lei – que ainda depende de aprovação do Congresso – prevê chegar até 2020 com um corte de apenas 17% em relação aos níveis de 2005. Isso representaria não mais de 4% abaixo dos níveis de 1990.

O país não ratificou o Protocolo de Quioto e, hoje, o negociador americano no encontro, Jonathan Pershing, deixou claro que seu governo não aceitará uma extensão do atual entendimento, que exige de 37 países industrializados que cheguem a 2012 com um nível de emissões 5% menor que em 1990.

“Acho que será extraordinariamente difícil para os Estados Unidos se comprometer com um número específico na ausência de uma ação do Congresso”, afirmou, segundo a BBC Brasil.

Ele reiterou a posição dos países industrializados de exigir compromissos semelhantes de nações emergentes como China, Brasil e Índia. Entretanto, essas nações alegam que querem contribuir para o combate ao aquecimento global, mas não às custas de seu próprio desenvolvimento.

Também não houve avanço na definição de compromissos financeiros dos países ricos com o financiamento de ações de mitigação e adaptação nos países em desenvolvimento.

Diante da falta de avanço em Bangcoc, organizações da sociedade civil aumentaram o tom das críticas e esperam posições mais ambiciosas para evitar um fracasso na reunião de Copenhague.

“Não podemos continuar a perder tempo desperdiçando mandatos políticos”, disse a porta-voz da organização não governamental WWF, Kim Carstensen. “Minha preocupação é que, sem clareza política dos países em temas como finanças e metas de redução de emissões, o próximo encontro em Barcelona [que antecede o encontro em Copenhague] será mais uma rodada de discursos sem os avanços políticos que necessitamos.”

Já o conselheiro da Oxfam sobre o clima, Antonio Hill, lembrou que a falta de “vontade política dos líderes dos países ricos” terá um efeito mais nocivo sobre as populações dos países pobres, mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática.

Reportagem da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 10/10/2009

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