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Perda dos predadores primários contribui para o colapso de ecossistemas, por Henrique Cortez

A perda de predadores primários está causando uma explosão dos predadores secundários (mesopredadores) ao redor do mundo. Nesta imagem, o extermínio de lobos pode permitir que as populações de coiotes aumentem que, por sua vez, pode suprimir populações de gatos selvagens, levando ao aumento de roedores, etc.  Estes efeitos em cascata são mal compreendidos, mas estão causando perturbações em ecossistemas ao redor do mundo, dizem cientistas. (Ilustração de Piper Smith)
A perda de predadores primários está causando uma explosão dos predadores secundários (mesopredadores) ao redor do mundo. Nesta imagem, o extermínio de lobos pode permitir que as populações de coiotes aumentem que, por sua vez, pode suprimir populações de gatos selvagens, levando ao aumento de roedores, etc. Estes efeitos em cascata são mal compreendidos, mas estão causando perturbações em ecossistemas ao redor do mundo, dizem cientistas. (Ilustração de Piper Smith)

[EcoDebate] O declínio catastrófico, em todo o mundo, de predadores primários, como lobos, pumas, leões ou tubarões, está desencadeando um enorme aumento nas populações dos predadores secundários, os “mesopredadores”, causando grandes perturbações econômicas e ecológicas.

É o que conclui um novo estudo [The Rise of the Mesopredator], publicado na revista Bioscience, Oct 2009 : Volume 59 Issue 9. O estudo constatou que, na América do Norte, todos os maiores predadores terrestres tiveram suas populações drasticamente reduzidas ao longo dos últimos 200 anos, enquanto os mesopredadores expandiram suas populações em 60%. O problema é global, crescente e grave, dizem os cientistas.

Segundo os pesquisadores, em partes da África Sub-Sahariana, los leões e leopardos foram dizimados, permitindo um aumento das populações do mesopredator mais próximo da escala, os babuínos. Em alguns casos, as crianças estão sendo mantidas em casa, fora da escola para proteger as hortas familiares de invações babuínos.

A extinção dos grandes predadores, em muitos casos, foi visto como favorável aos seres humanos, com medo de ataques pessoais, perda de animais em rebanhos ou outras preocupações. No entanto, de acordo com os pesquisadores, os impactos nos ecossistemas e as perdas econômicas podem ultrapassar os problemas apresentados pelos predadores primário original.

No caso da eliminação dos lobos, muitas vezes é estimulada por fazendeiros, que temem os ataques aos seus animais. No entanto, isso levou a um grande aumento no número de coiotes e chacais. Os ataques de coiotes, por exemplo, aos ovinos é mais comum e frequente do que com lobos e o controle de suas populações têm sido extremamente caro, custando centenas de milhões de dólares.

Os problemas não se limitam aos ecossistemas terrestres. Os tubarões, por exemplo, estão em sério declínio devido à pesca excessiva. Em alguns lugares, que levou a uma explosão na população de raias, causando, por exemplo, redução na produção de vieiras e mariscos.

Os danos econômicos são maiores porque os grandes predadores são carnívoros, mas os mesopredadores muitas vezes são onívoros, podendo podem causar danos significativos em diversas culturas agrícolas.

The Rise of the Mesopredator
Laura R. Prugh , Chantal J. Stoner , Clinton W. Epps , William T. Bean , William J. Ripple , Andrea S. Laliberte , Justin S. Brashares
Bioscience, Oct 2009 : Volume 59 Issue 9, pg(s) 779–791

Por Henrique Cortez, do EcoDebate, 06/10/2009, com informações da Oregon State University.

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