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Gerenciar estoque de carbono nos solos é essencial para estabilizar as concentrações de gases com efeito estufa

[Por Henrique Cortez, do Ecodebate] Determinar um preço no dióxido de carbono emitido pelos diferentes usos de solo poderia mudar dramaticamente a maneira que o solo é utilizado. Sob esta ótica as florestas se tornariam cada vez mais valiosas para a armazenagem de carbono e a redução global das emissões de carbono se torne mais barata, de acordo com estudos apresentados na reunião anual do Associação Americana para o Avanço da Ciência (American Association for the Advancement of Science), instituição equivalente à nossa SBPC.

O estudo “Implications of Biofuels for Greenhouse Gas Concentrations” foi apresentado durante o simpósio “Biofuels: Consequences for Carbon, Landscapes, and Sustainability“, realizado na parte da tarde do dia 13/2/2009.

“Sem a valorização do carbono no solo, corremos o risco de perder grandes potenciais de troca dos ecossistemas para as culturas agrícolas e os biocombustíveis”, disse o Leon Clarke do Joint Global Change Research Institute (JGCR), do College Park, uma colaboração entre o Department of Energy, através do Pacific Northwest National Laboratory, em Richland, Washington e a Universidade de Maryland.

Os cientistas afirmam que fixar carbono no solo é essencial para estabilizar gases com efeito de estufa. Globalmente, a terra contém 2,000 bilhões de toneladas de carbono, em comparação com os 750 bilhões de toneladas na atmosfera. Além disso, as florestas detêm mais carbono do que áreas de agropecuária. Conversão de terras florestais para culturas alimentares e para bioenergia libera carbono na atmosfera. Inversamente, transformando terras agrícolas em florestas voltamos a seqüestrar e fixar carbono no solo, reduzindo-o na atmosfera.

Gerenciar o carbono terrestre muda a dinâmica de dióxido de carbono e os custos de gestão dos gases com efeito de estufa. Quando todas as emissões de carbono (combustíveis fósseis, industriais e de uso da terra) são consideradas no mesmo modelo de gestão de emissões globais, independentemente da sua origem, o desmatamento tenderá a diminuir e, até, se inverter, porque é o método mais barato de controle de emissões.

Parece uma descoberta óbvia, mas não é.

O conceito nada tem a ver com MDL ou outros modelos compensatórios de emissões de carbono. Aqui se defende o sequestro de carbono, fixando-o no solo, reduzindo, portanto, o carbono atmosférico.

Hoje já há consenso cientifico da importância de preservar as florestas, mantendo estocado o carbono. O passo seguinte é o do aumento das áreas florestais, fixando ainda mais carbono.

E quanto maior a diversidade florestal, maiores os seus serviços ambientais.

É, uma nova abordagem, que merece ser discutida com mais profundidade, principalmente em países com grandes áreas florestais conservadas e que as estão derrubando para agricultura, pecuária ou produção de biocombustíveis, como é o caso do Brasil e da Indonésia.

[do EcoDebate, 16/02/2006, com informações do Pacific Northwest National Laboratory]

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