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Mesmo pequenas mudanças climáticas já poderão desencadear respostas abruptas nos ecossistemas, por Henrique Cortez

Synthesis and Assessment Product 4.2: Thresholds of Climate Change in Ecosystems
Synthesis and Assessment Product 4.2: Thresholds of Climate Change in Ecosystems

[EcoDebate] Algumas destas respostas, incluindo novos focos de insetos, incêndios florestais, redução da densidade florestal e morte de florestas, podem afetar negativamente as pessoas, bem como os ecossistemas e as suas plantas e animais.

O U.S. Geological Survey conduziu uma nova avaliação das implicações de um mundo em aquecimento e seus impactos na América do Norte. O relatório [Synthesis and Assessment Product 4.2: Thresholds of Climate Change in Ecosystems], foi encomendado pelo U.S. Climate Change Science Program.

A pesquisa utilizou o conceito de “limites ecológicos” (“ecological thresholds”), considerado como o ponto no qual há uma brusca mudança de um ecossistema, que produz uma sequencia de grandes, persistentes e potencialmente irreversíveis mudanças.

“Uma de nossas maiores preocupações é que, uma vez que um limite ecológico é atravessado, o ecossistema em questão, muito provavelmente não poderá regressar ao seu estado anterior”, diz Haseltine Susan, diretor associado de biologia do USGS. “A existência de limites devem ser uma preocupação fundamental de cientistas e gestores de recursos naturais.”

A equipe também enfatizou que as ações humanas podem aumentar o risco potencial de um ecossistema ultrapassar os limites ecológicos. Por exemplo, a demanda humana de água, em uma bacia hidrográfica sob stress hídrico ou seca, pode desencadear mudanças básicas na vida aquática, que podem não ser reversíveis.

Pesquisadores e decisores políticos têm de desenvolver as ferramentas necessárias para predizer os efeitos das perturbações ecológicas específicas, para compreender os sinais de alerta de uma iminente superação dos limites ecológicos.

O relatório também conclui que, embora não se saiba o suficiente sobre os limites ecológicos, os pesquisadores já sabem o que fazer para avaliar diversos ecossistemas, que diferem significativamente nos respectivos limites. Mais ecossistemas vulneráveis, tais como aqueles que já enfrentam outros fatores de stress, além das mudanças climáticas, certamente atingirão os seus limites para mudanças abruptas mais cedo.

O relatório do U.S. Geological Survey contou com o apoio de outras agências e instituições, tais como a Environmental Protection Agency, U.S. Forest Service, Department of Energy, National Oceanic and Atmospheric Administration, and National Science Foundation.

Os resultados do estudo parecem óbvios, porque há muito se sabe das conseqüências dos impactos antropogênicos nos ecossistemas. Mas é senso comum o reconhecimento da resiliência dos ecossistemas e de sua capacidade de recuperação.

O relatório é importante ao demonstrar que esta resiliência é limitada e, em razão de grandes e seguidos impactos, os ecossistemas podem não conseguir se recuperar.

É um novo fator a ser considerado, por exemplo, nos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos com grandes impactos. Nas condições de limites ecológicos as eventuais medidas de mitigação podem ser meramente “morais” e simbólicas, sem qualquer valor na recuperação do ecossistema sob o impacto do empreendimento.

O relatório “Synthesis and Assessment Product 4.2: Thresholds of Climate Change in Ecosystems” está disponível para acesso e download, no formato PDF, no sítio do U.S. Climate Change Science Program.

Para acessar o relatório clique aqui.

[Por Henrique Cortez, do Ecodebate, com informações de Colleen Charles, United States Geological Survey].

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