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Salvar os bancos ou o meio ambiente? artigo de José Goldemberg


Imagem: Stockxpert

[O Estado de S.Paulo] A crise que assola a economia mundial, com sinais claros de recessão, pode pôr em risco as medidas necessárias para reduzir a emissão dos gases que estão provocando o aquecimento da Terra e as mudanças de clima resultantes?

À primeira vista a resposta é sim, uma vez que a crise vai reduzir a atividade econômica e provocar desemprego, que são problemas que exigem ações imediatas. A rápida reação dos governos dos EUA, da Inglaterra e outros, “salvando” o sistema bancário, vai nessa direção e reduzirá recursos disponíveis para enfrentar problemas ambientais, cujas conseqüências só se vão fazer sentir a longo prazo, como o aquecimento global.

Além disso, a recessão, reduzindo a atividade econômica, reduzirá também a emissão de gases de efeito estufa, como ocorreu com os ex-integrantes da União Soviética, diminuindo a urgência que se deve dedicar a estes problemas.

A queda dos preços do petróleo pode também tornar investimentos em energias alternativas menos atraentes. O uso dessas formas de energia é um dos caminhos utilizados até agora para reduzir as emissões.

Por outro lado, a crise financeira abre novas oportunidades, como expressou em artigo recente o economista inglês Nicholas Stern, que assessora o governo britânico em questões referentes às mudanças de clima. A crise, ao provocar uma redução do consumo, postergará o problema, mas não o resolverá. Isso já ocorreu em 1973, com o primeiro choque do petróleo, que adiou a adoção de medidas sérias contra o aquecimento global. Passados alguns anos o problema voltou a preocupar a todos.

O argumento de Stern é o de que é investido, por ano, cerca de US$ 1 trilhão na área de energia – com crise ou sem crise – e, portanto, o que se deve fazer é redirecionar esse investimento para atividades que permitam racionalizar o uso de eletricidade e outras forma de energia, e lançar os fundamentos de uma economia que – passada a crise – emitirá pouco carbono.

O aumento de eficiência energética tem grande espaço para crescer nos países industrializados e energias renováveis – entre as quais os biocombustíveis – têm grandes oportunidades nos países em desenvolvimento. Em outras palavras, não podemos daqui para a frente repetir a trajetória seguida no século 20 – altamente dependente de combustíveis fósseis -, mas “saltar na frente”, adotando novas estratégias.

Uma característica fundamental do uso de energias renováveis é que elas geram de dez a cem vezes mais empregos que a produção e o refino de petróleo ou a energia nuclear, para a mesma quantidade de energia produzida. Daí as grandes oportunidades de países em desenvolvimento, como o Brasil, onde o sol e a terra são abundantes.

Estas oportunidades estão vinculadas às negociações sobre a Convenção do Clima, que tomaram novo impulso com a Conferência de Bali, em dezembro de 2007. Apesar da crise financeira atual, não há indicações de que os acordos aceitos em Bali serão abandonados.

O que a Conferência de Bali decidiu – com participação e apoio do Brasil, que coordena um dos grupos de trabalho que estão implementando essas decisões – é que os países industrializados vão aprofundar seus compromissos de reduções obrigatórias de emissões acordadas no Protocolo de Kyoto. Os países em desenvolvimento, em compensação, devem adotar “ações voluntárias mensuráveis, reportáveis e verificáveis” para mitigar (isto é, reduzir) suas emissões de gases de efeito estufa.

Em cumprimento a estas decisões os países têm preparado planos nacionais sobre mudanças de clima, sendo os principais os documentos da China, da Índia e do Brasil. Todos eles se ocultam atrás de uma vaga cláusula da Convenção do Clima que afirma que as “responsabilidades dos diferentes países são comuns, mas diferenciadas” – para se isentar de assumir medidas concretas de redução de emissões, como se a atmosfera distinguisse emissões que se originam na China ou nos EUA.

O plano da China foi preparado em junho de 2007 (antes da Conferência de Bali), mas fixa metas, como reduções de emissões a serem atingidas até 2010, aumento da cobertura florestal e da participação da geração de energia hidrelétrica, entre outras. O plano da Índia é apenas um amontoado de intenções e mostra que esse país não está, de fato, interessado no problema. O plano do Brasil é melhor que o da Índia, mas pior que o da China, o que é lamentável.

O Brasil não só poderia exercer liderança neste campo, mas também se beneficiar dos esforços globais de redução das emissões, pois há ações a serem realizadas aqui, no País, que são mais baratas que ações realizadas no Japão ou na Europa. Por exemplo, reduzir o desmatamento da Amazônia de maneira séria, isto é, “quantificável, reportável e verificável”, poderia valer certificados que seriam vendidos no mercado internacional, como até o ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente, já percebeu, apesar da resistência do Itamaraty.

Por esta razão, o Plano de Mudanças Climáticas preparado pelo governo federal precisaria ser revisto para incluir metas e um calendário para atingi-las, como qualquer outro plano sério, como o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek ou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula. Sem isso, consultas públicas – como as que estão ocorrendo – são, na realidade, um exercício retórico, porque os participantes não sabem realmente de que forma estão sendo afetados. Em contraste, o prefeito de São Paulo encaminhou projeto de lei à Câmara Municipal listando medidas práticas e concretas que, se adotadas, colocarão São Paulo na vanguarda da luta contra o aquecimento global, ao lado de Londres e Barcelona.

José Goldemberg foi secretário de Meio Ambiente da Presidência da República

[EcoDebate, 18/11/2008]

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One thought on “Salvar os bancos ou o meio ambiente? artigo de José Goldemberg

  • Aguapé é uma Boa Alternativa para a Humanidade ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

    Senhores (as) Habitantes do Planeta Terra,,

    Estudos afirmam que a vida marinha está enfrentando dificuldades porque as águas do mar se apresentam com excesso de Gás Carbônico e pouco Oxigênio. Pouco ou nada relatam sobre toda poluição que a humanidade produz e acaba indo para os mares.

    O Aguapé é uma Planta Aquática que apresenta rápido desenvolvimento e poderá ser muito útil para reverter os Problemas das Mudanças Climáticas e Poluições causadas pela Humanidade.

    Essa Planta poderá produzir Biomassa em grande escala, através da implementação de Fazendas Marinhas, como proposta pelo colega Miguel Nicolau.

    No futuro o Aguapé poderá ser muito útil para toda Humanidade, pois poderá substituir todo o Petróleo utilizado na atualidade na Produção dos Combustíveis e Outros Produtos, gerando alguns Milhões de Empregos. Certamente, também, servirá como matéria prima para Produção de Alimentos e Rações, com isso a humanidade poderá dar oportunidade para que Biodiversidade ou Natureza se descanse, propiciando a sua Auto-Recuperação, reduzindo custos à Sociedade Brasileira e outros povos.

    MISSAO TANIZAKI
    Fiscal Federal Agropecuário
    Bacharel em Química
    missao.tanizaki@agricultura.gov.br (NEW)
    Esplanada dos Ministérios, Bloco “D”, Sala 346-B, Brasíla/DF

    TUDO POR UM BRASIL / MUNDO MELHOR

    PROPOSTA PARA RECUPERAÇÃO CLIMÁTICA

    “Pra que o sonho desta gente não seja mais afluente
    do medo que desaguou”.
    Filosofia Pura – Roberto Mendes

    É de conhecimento científico (relatório do IPCC, 02/02/07), e agora também popular, que o aquecimento global tornou-se o maior obstáculo que a humanidade atravessa, e este fato, requer soluções e ações urgentes. A necessidade de ação conjunta entre os povos e nações, de somarem esforços, está se tornando consenso mundial, possibilitando um debate objetivo e decisivo sobre qual logística deva ser adotada para conter o agravamento do clima terrestre. Derretimento dos pólos, aumento da desertificação, degradação e alteração dos sistemas hídricos continentais e marinhos, utilização desmedida de combustíveis fósseis, incertezas na produção de alimentos, etc., traduzem um cenário nada otimista para o Planeta.

    A base desta proposta, em síntese, consiste na modificação ou então na seleção genética de uma planta aquática flutuante de água doce, de alta reprodução e rápido crescimento, popularmente conhecida como aguapé (Eichhornia Crassipes), para serem cultivadas no meio ambiente salino, com a finalidade de cobrir a superfície de extensas áreas nos oceanos e mares, localizadas nas Zonas de Convergências Inter-tropicais, também denominadas de Áreas de Calmarias Oceânicas (BOCCICCHIO, 2003, p. 15). A existência deste vegetal em águas salinas, devido as suas propriedades e características, exercerá uma contribuição importante no reequilibrio climático, sendo de conhecimento científico que mares e oceanos exercem influência significativa no clima e na meteorologia do Planeta.

    Com as conquistas cientificas e tecnológicas adquiridas do conhecimento humano, o avanço das pesquisas em biotecnologia (organismos geneticamente modificados), uma maior compreensão das ciências atmosféricas e climas de nosso Planeta, o engajamento das comunidades científicas relacionadas ao tema das mudanças climáticas para a realização de pesquisas e testes, juntamente com apoio popular e político, são fundamentais para a obtenção do êxito da proposta aqui relatada, desde que as ações dos variados seguimentos envolvidos neste trabalho sejam pontuais e conjuntas.

    Entre os contatos mantidos com especialistas, professores e pesquisadores das áreas técnicas e científicas que este projeto envolverá, mesmo sendo de maneira informal, e havendo certo grau de ceticismo por parte de alguns estudiosos, não houve unanimidade por parte deles em descartar o objetivo da proposta relatada, isto é, sobre os benefícios da utilização da Eichhornia Crassipes geneticamente modificada (aguapé marinho) na sua contribuição para a contenção do efeito estufa.

    O benefício com a utilização da Eichhornia Crassipes marinha, através das lavouras aquáticas flutuantes localizadas em grandes áreas oceânicas, com uma ocupação de cerca de dez milhões de quilômetros quadrados de superfície, causaria os seguintes efeitos:

    • Incentivo à produção científica engajada ao projeto;

    • Devido ao rápido crescimento e ao seu altíssimo índice de reprodução, com poucos milhares de matrizes adaptadas ao ambiente salino e com manejo de cultivo adequado, este vegetal aquático será capaz de cobrir extensas áreas marítimas (dez milhões de Km2) no prazo máximo de cinco anos (BENICIO, 1986, p.07) e serão delimitadas por um sistema de barreiras móveis e flutuantes;

    • Haverá uma queda considerável na temperatura das águas da superfície oceânica onde se localizará as lavouras flutuantes. Esta alteração da temperatura, graças ao sombreamento dos vegetais no corpo aquático, fornecerá novos dados numéricos nas análises meteorológicas e nas simulações climáticas.

    • Aumentará de forma expressiva a umidade atmosférica através da sua evapotranspiração, (SENTELHAS; DAYOUB; ANGELOCCI e SCHWINGEL, 2001, p.361-362), ocasionando maior número de chuvas e produzindo também, novos dados numéricos nos modelos de previsões meteorológicas e simulações climáticas;

    • Haverá absorção de poluentes que contribuem para o efeito estufa através da fotossíntese dos vegetais cultivados;

    • Propiciará a retirada diária superior a cem milhões de toneladas de biomassa (BENICIO, 1986, 7-9) (POMPÊO; MOSCHINI-CARLOS, 2003, 38);

    • A utilização desta biomassa, transformada em novas matrizes energéticas como: biogás (ALVARADO; FASANARO, 1980, 68-69), etanol (BASTOS, 1979, 10-23), briquetes e carvão-verde (consta em http://www.inee.org.br/biomassa_carvao.asp) como fonte energética para a siderurgia, ocasionando a queda no consumo de carvão vegetal oriundo do corte de árvores. A transformação da biomassa deste vegetal aquático em novas energias diminuirá a dependência mundial de combustíveis fósseis e consequentemente, provocará uma diminuição das emissões de gases poluidores na atmosfera;

    • Surgirá como opção de matéria-prima para indústrias de papel e celulose (teor de 29%), (KAWAI; GRIECO, 1983, p.82), permitindo uma melhor utilização da terra, antes destinada a este segmento industrial, para a produção de alimentos e de reflorestamento permanente;

    • Devido à necessidade de nutrientes para o desenvolvimento das lavouras aquáticas marinhas, os resíduos resultantes nas variadas utilizações acima citadas de aproveitamento da sua biomassa, serão reaproveitados na fertirrigação da Eichhornia Crassipes marinha. Também surge como opção de sumidouro de todo lodo urbano (ROMITELLI, 1983, p. 72-77), produzido principalmente nas grandes cidades litorâneas, localizadas em várias regiões do Planeta;

    • Através de informações conjuntas entre estações de observação meteorológica localizadas em várias partes do planeta, haverá maior participação na prática da utilização de técnicas de produção de chuva artificial. A Eichhornia Crassipes marinha contribuirá para que haja este incremento, através do aumento da formação de nuvens, graças à alta capacidade de evapotranspiração deste vegetal, propiciando um aumento nas precipitações em regiões áridas e semi-áridas em varias parte do globo terrestre;

    • Surgirão novas fronteiras agrícolas, graças aos aumentos pluviométricos em áreas continentais de baixa precipitação;

    • Haverá a criação de novas estruturas navais (navios colheitadores, navios fertirrigadores, transportadores de biomassa, etc.), acarretando dinamismo no setor industrial naval;

    • Ampliação das pesquisas por fontes de recursos naturais renováveis;

    • Abertura de novas frentes de atuação humana, propiciando incremento socioeconômico aos povos, como, por exemplo, a ocupação de extensas áreas desabitadas (desertos e semi-áridos), graças ao incremento do ciclo hidrológico.

    A complexidade desta proposta requer a participação e a colaboração de pesquisadores engajados no estudo do combate ao aquecimento terrestre e que estejam dispostos a produzir soluções práticas que amenizem seus efeitos. É através da interação estratégica entre variados segmentos científicos que os resultados esperados aparecerão. Os recursos materiais e financeiros para tal feito não serão vultosos, visto que grande parte das necessidades exigidas para as análises e aperfeiçoamentos de pesquisas e avaliações será feita através de centros de estudos, laboratórios para testes, etc., que, além de existentes, gozam de credibilidade científica para  confirmada a eficácia e utilidade – permitir sua realização em busca do reequilibrio ambiental terrestre. Exemplo:

     Centros de pesquisas biotecnológicas pela adaptabilidade e manejo ideal da eichhornia crassipes ao meio marinho;

     Centros de pesquisas em ciências atmosféricas e meteorológicas;

     Centros de ciências em oceanografia, bioenergia e estrutura naval, etc.

    ORGANOGRAMA

    Tratando-se da apresentação de uma proposta inovadora, a lógica será a criação de um organograma que priorize a ação da ciência. Assim, na fase inicial de elaboração dos trabalhos, Instituições de Pesquisas estarão à frente para produzir os estudos necessários para validar ou não a eficácia desta sugestão e, sendo aceita pela comunidade científica, possa colaborar tanto no seu aprimoramento quanto na sua execução. O apoio científico é de suma importância, principalmente para esclarecer a humanidade de que esta é uma das poucas alternativas existentes para reverter em curto espaço de tempo, o caos que se encontra o clima terrestre. Abaixo, exemplo do organograma:

    1º) No organograma, a EMBRAPA/CENARGEN (Recursos Genéticos e Biotecnológicos), ou Órgãos de Pesquisas similares, do Brasil ou então do exterior são prioritários, pois, serão os responsáveis pela adaptação desta nova espécie de vegetal (Eichhornia Crassipes) para o meio ambiente marinho, através de seleção ou modificação genética. A EMBRAPA é citada por possuir cientistas capazes de desenvolverem esta nova espécie de vegetal;

    2º) Conselho da Ciência Oceanográfica, para avaliar aspectos favoráveis e contrários da utilização desta nova espécie, no meio ambiente marinho, com a finalidade de amenizar danos ao ecossistema marinho e, havendo aprovação do projeto, buscar-se-ia o engajamento dessas equipes nos desdobramentos inerentes à evolução e consecução dos objetivos a serem alcançados;

    3º) Centros de Estudos e Pesquisas Atmosféricas e Meteorológicas, para fornecimento de dados, e análises, feitas em simuladores climáticos sobre as alterações relevantes de dois importantes elementos meteorológicos (umidade e temperatura), provocadas por estas lavouras aquáticas flutuantes;

    OBS: Queda significativa na temperatura aquática, proveniente do sombreamento das plantações, e aumento considerável na umidade atmosférica, advinda da evapotranspiração dos aguapés marinhos, alcançando índices até quatro vezes superiores à evaporação oceânica atual, fornecerá elementos numéricos que justificam um novo modelo de simulação meteorológica.

    4º) Centro de Gerenciamento de Impacto Ambiental, atuando como suporte técnico e prático no conjunto das ações de aperfeiçoamento que envolve este projeto, colaborando desde o manejo adequado das lavouras flutuantes até nas análises de danos ao ecossistema marinho.

    5º) Centro de Gerenciamento Operacional e Logística Internacional, subordinado a um conselho de especialistas, criado pela ONU. Terá como propósito, fornecer elementos para se obter eficiência nas áreas envolvidas, como, por exemplo: disponibilidade e rotas das embarcações, direcionamento da biomassa coletada para regiões onde esta se faça necessária, colaboração na formulação de sistemas de trabalho, segurança e preservação ambiental, etc. Terá também como objetivo, criar elos entre todos os setores envolvidos, desde as aquisições de materiais utilizados no projeto até a contratação de recursos humanos.

    OBS: Devido à dimensão e complexidade do projeto, este centro cuidará de todo o sistema operacional em consonância com os demais, cabendo-lhe a elaboração de planos que aperfeiçoem todo o processo pelo qual o projeto se predispõe.

    6º) Órgão Diretor do Projeto liderado pela Organização das Nações Unidas, com a responsabilidade de divulgação e execução democrática e participativa, composta pelos paises membros e os diversos setores que dispõe esta entidade como: Organização Mundial de Meteorologia (OMM), Programa Mundial para o Meio Ambiente (PNUMA), Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), etc.

    OBS: Este projeto poderá ser aplicado também em países limítrofes com oceanos e mares, desde que ocorram as condições marítimas necessárias para implantação em suas águas. Paises como o Brasil, poderiam utilizar esta proposta para uma melhoria climática regional, como também para a utilização economicamente sustentável da biomassa produzida.

    A argumentação desta proposta e o conseqüente organograma para sua implantação não se encerram aqui, muito pelo contrario, busca a criação de discussões e sugestões de cientistas e pesquisadores dedicados na melhoria climática e que venham a contribuir para sua realização, cujo objetivo principal é a apresentação de mais uma opção às ações alternativas e transformadoras, que de fato provoquem as mudanças necessárias ao reequilibrio do clima terrestre, transformando o planeta em um ambiente saudável e acolhedor.

    As principais propostas existentes, elaboradas por pesquisadores e institutos internacionais para a contenção do aquecimento terrestre, publicadas pela Revista Veja (30/12/06), apresentam uma série de projetos de interferência humana a serem implantados em escala global que visam à recuperação do clima terrestre. São as seguintes:

    1- Incremento da produção de energia nuclear como alternativa a 300(trezentas) termelétricas movidas a carvão.

    – objetiva a troca de 3,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono emitidos
    anualmente, por 263 toneladas de lixo radioativo.

    – custo estimado em 480 bilhões de dólares.

    – tempo de implantação de 50 anos.

    – apoio de parcela da comunidade cientifica mundial.

    2- Armazenamento de dióxido de carbono (CO2) e outros gases através de bombeamento para crosta terrestre.

    – objetiva armazenar grandes quantidades de gases poluentes.

    – custo estimado entre 900 bilhões e 1,8 trilhão de dólares.

    – projeto em fase de testes na Noruega e Estados Unidos.

    – apoio de centros de pesquisas dos respectivos paises.

    3- Lançamento de milhões de lentes reflexivas na órbita terrestre para diminuir os raios solares captados pelo planeta.

    – objetiva reduzir em 2% a incidência dos raios solares sobre a superfície
    terrestre.

    – custo estimado em três trilhões de dólar.

    – o tempo de conclusão será de 25 anos.

    – projeto elaborado pelo astrônomo Roger Angel da Universidade do Arizona em parceria com a NASA(EUA).

    4- Instalação de um gigantesco painel na órbita terrestre, semelhante à proposta anterior, com a finalidade de bloquear a luz solar (1% a 3%).

    – objetiva diminuir a retenção do calor retido pela Terra, através do
    sombreamento provocado pelo escudo orbital.

    – custo estimado 5,5 trilhões de dólares.

    – o tempo de conclusão seria de 30 anos.

    – projeto elaborado pelos físicos americanos Lowel Wood e Edward Teller, do Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia.

    5- Despejar na atmosfera, por meio de lançamento de balões, dióxido de enxofre,que oxidado , refletiria de volta ao espaço, parte dos raios solares que incidem sobre a terra.

    – objetiva diminuir a temperatura terrestre.

    – custo estimado entre 25 bilhões e 50 bilhões de dólares.

    – tempo para conclusão do projeto seria de 20 anos.

    – projeto elaborado pelo meteorologista holandês Paul J. Crutzen, do Instituto Max Planck na Alemanha, vencedor do premio Nobel de química (1995).

    6- Fertilizar os oceanos com partículas de ferro visando o aumento de fitoplancton marinho.

    – objetiva resgatar CO2 através da fotossíntese gerada pelo fitoplancton.

    – custo estimado entre 10 bilhões e 100 bilhões de dólares.

    – tempo necessário de três anos para obtenção dos efeitos desejados.

    – projeto de pesquisadores norte americanos, liderado pelo cientista Kennety Coale, do Moss Landing Marine Laboratories (EUA).

    7- Pulverizar nuvens utilizando água dos oceanos e mares por embarcações construídas para esse propósito.

    – objetiva o aumento de nuvens para que possam refletir em maior quantidade os raios solares de volta ao espaço.

    – custo estimado de um bilhão de dólares.

    – tempo estimado para implantação do projeto em quatro anos.

    – projeto elaborado pelo National Center for Atmospheric Research dos (EUA) e da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

    Diante do exposto acima, as vantagens comparativas da proposta de utilização do aguapé marinho não aparentam serem descabidas, visto que comprovados cientificamente os benefícios causados por esta “praga vegetal” e com apoio da comunidade científica internacional e da classe política, este projeto, além de contribuir para o restabelecimento ideal do clima terrestre, baseia-se na auto-sustentabilidade e na produção de recursos energéticos renováveis (biomassa).

    Sendo motivo de orgulho e exemplo, a ciência brasileira além dos grandes recursos humanos disponíveis, possui os meios materiais necessários para aprimorar esta sugestão e após as conclusões dos estudos sobre sua eficácia, havendo aprovação científica, apresentá-la à humanidade.

    O tempo em que vivemos requer tomada de decisões urgentes e eficazes no controle do clima terrestre. Momento único em toda história da humanidade, em que devido à gravidade, prenuncia-se uma nova era em que o cuidado para com a Natureza tornar-se-á objetivo de todos, nascendo assim em cada um de nós, a semente do trabalho e da esperança, para que surja uma mudança sem precedentes em defesa do meio ambiente de nosso Planeta Terra.

    Miguel Nicolau
    E-mail – nicolaumig@gmail.com

    Referências Bibliográficas:
    BOCHICCHIO, Vincenzo Raffaele. Atlas Mundo Atual. Editora Saraiva: São Paulo, 2003. p.15.
    BENICIO, Luiz A. Stabile. A utilização do aguapé (Eichhornia Crassipes) em ração prensada para frangos de corte. Tese de obtenção de titulo de “Magister Scientiae” em Zootecnia. Universidade Federal de Viçosa/MG-1986. p. 07.
    SENTELHAS, Paulo César; DAYOUB, Mariam; ANGELOCCI, Luiz R.; SCHWINGEL, Fábio. Evapotranspiração do aguapé (Eichhornia Crassipes (MART.) SOLMS): Relação com a evaporação, variáveis metereológicas e área foliar. XII Congresso Brasileiro de Agrometeorologia, III Reunião Latino-Americana de Agrometeorologia, Fortaleza/CE, 2001. p. 361- 362.

    BENICIO, Luiz A. Stabile. A utilização do aguapé (Eichhornia Crassipes) em ração prensada para frangos de corte. Tese de obtenção de titulo de “Magister Scientiae” em Zootecnia. Universidade Federal de Viçosa/MG- 1986. p.7-9.
    POMPÊO, Marcelo L. Martins; MOSCHINI-CARLOS, Viviane. Macrófitas aquáticas e perifíton, aspectos ecológicos e metodológicos. RiMa Editora: São Carlos/SP, 2003. p. 38, fig. 2.2 .
    ALVARADO, Grover Ronald Pardo; FASANARO, Roberto. Aguapés: sua aplicação no tratamento biológico dos esgotos e na produção de energia alternativa. Engenharia Sanitária, Rio de Janeiro, V. 19, n/ 1, 1980. p. 68-69
    BASTOS, Tânia Maria. Obtenção do álcool etílico hidratado a partir do aguapé. Monografia de bacharelado em Química. Fundação Educacional da Região de Blumenau/SC, 1979. p. 10- 23.
    http://www.inee.org.br/biomassa_carvao.asp
    KAWAI, Hideo; GRIECO, Vito. M. A utilização do aguapé para tratamentos de esgoto doméstico. Estabelecimentos de critérios de dimensionamento de lagoa de aguapé e abordagem de alguns problemas operacionais. Revista DAE n. 135, 1983. p. 82, (quadro 2).
    ROMITELLI, Maria Silvia. Remoção de fósforo em efluentes secundários com emprego de macrófitas aquáticas do gênero Eichhornia Crassipes. Revista DAE n.133, 1983. p. 72 -77.

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